Cinco mil sem tetos vão às ruas de SP e conquistam habitação

Cerca de dois mil sem-teto que ameaçavam acampar desde o início da tarde desta sexta-feira (30) em uma praça no Morumbi, regiaõ de SP, desistiram de permanecer no local após o governo do estado sinalizar com uma proposta de um programa habitacio

Uma marcha de cinco mil sem-teto saiu às 10h de uma ocupação em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, e foi impedida pela Polícia Militar de chegar ao Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul. Os manifestantes permaneceram em uma praça, em frente ao Estádio do Morumbi, enquanto representantes do governo paulista reuniram-se com lideranças dos sem-teto.


 


Os manifestantes estavam dispostos a permanecer na praça se o resultado da reunião não fosse positivo. “Como a negociação avançou, vamos retornar (ao terreno ocupado)”, disse Guilherme Castro, da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Os sem-teto pediam ajuda ao governo paulista diante da iminência do cumprimento de uma ordem de despejo, que pode acontecer na próxima semana.


 


Após o encontro, o secretário-adjunto de Habitação, Ulrich Hoffmann, fez um apelo para que o proprietário do terreno ocupado pelos sem-teto, em Itapecerica da Serra, dê um prazo para a negociação da retirada de 2,5 mil famílias do local, ocupado no dia 16 de março.


 


“Faço um apelo para que o proprietário deixe de exigir urgência (no cumprimento da ordem de despejo). A Justiça já concordou que esse prazo seja estendido”, disse o secretário-adjunto de Habitação Ulrich Hoffmann.


 


O governo estadual propôs uma nova reunião na próxima quarta-feira (4) com lideranças dos sem-teto e representantes do Ministério das Cidades, governo de São Paulo e prefeitura de Itapecerica da Serra. O secretário-adjunto afirmou que, na ocasião, o governo paulista fará uma proposta de programa habitacional para a região, mas não deu detalhes.


 


Movimento sai “satisfeito” com protesto


 


Líderes dos sem-teto ficaram satisfeitos com o resultado da reunião. “Nossa preocupação é que (a saída das famílias) não ocorra até que haja uma alternativa”, disse Guilherme Castro. O MTST também entrou Tribunal de Justiça com um agravo de instrumento contestando a reintegração de posse.


 


Na reunião, os sem-teto propuseram que as famílias ficassem provisoriamente em outros terrenos e que fossem concedidos benefícios do programa bolsa aluguel às famílias. As propostas serão avaliadas pelo governo paulista.


 


Quanto à ocupação do Jardim das Palmas, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, ficou acordada nova reunião com a Secretaria da Habitação na próxima semana. Também há uma ordem de despejo de parte deste terreno. O MTST quer a inclusão das famílias em um programa da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo.