Sem categoria

A mulher é uma poderosa força social que está sendo mal aproveitada, diz Sorrentino

Sindicalistas de echarpe rosa-choque e dirigentes com lenço lilás em apoio à causa das mulheres, lésbicas assumidas, mães, jovens, senhoras e negras. Diante de uma platéia onde reinou a diversidade, começaram hoje os trabalhos da 1ª Conferência Nacional d

Questionado sobre a ascensão e a posterior fase de esfriamento das atividades da UBM, Walter Sorrentino, secretário de Organização do PCdoB, declarou ao portal Vermelho que é natural que entidades de atuação social passem por momentos de aceleração e desaceleração de suas atividades. “O que precisamos é buscar respostas que dêem conta de uma nova realidade pela qual estamos passando”, disse.


 


 


Para ele, as dificuldades enfrentadas hoje pela entidade estão diretamente ligadas a fatores mais amplos.  “Estamos passando por um momento de forte ofensiva neoliberal, intensificada a partir da crise do socialismo. O tempo atual é de resistência e, como fruto desse ambiente, o movimento feminino entrou num relativo confinamento ao próprio feminismo, reduzindo a atuação das mulheres junto ao povo”. Portanto, conforme apontou o dirigente, a UBM é reflexo dessa situação. “Neste sentido, a conferência será um instrumento importante para a renovação da linha de atuação da entidade”.


 


 


Outro ponto importante que pautou os primeiros debates do evento foi a maior inserção das mulheres nas estruturas de direção do PCdoB. O partido, hoje, conta com uma participação mais intensa das mulheres nas bases e nas organizações de massas, o que ainda não se reflete na direção do partido nacional, estadual e municipal. Elas são em torno de 41% dos militantes da base, mas menos de 30% nas instâncias de direção. Segundo Sorrentino, essa disparidade “é inaceitável e reflete a assimetria das relações de poder entre homens e mulheres na sociedade”. Mas, enfatizou, “o Partido Comunista é a prefiguração da sociedade avançada. E, portanto, não pode aceitar isso como natural”.


 


 


Ele defendeu o que chamou de “discriminação positiva” em favor das mulheres como forma de diminuir tais desigualdades. “A mulher é uma poderosa força social que está sendo mal aproveitada. Ela deve ter mais visibilidade”. De acordo com o dirigente, que também faz parte da comissão organizadora da Conferência, “espaços públicos são espaços de poder e não serão dados facilmente. Eles serão conquistados. E um partido como o PCdoB deve assegurar a possibilidade de as mulheres disputarem esses espaços de poder”.


 


 


O primeiro dia dos debates da Conferência Nacional sobre a Questão da Mulher começou com a apresentação do documento-base feito por Ana Rocha, presidente do PCdoB no estado do Rio de Janeiro, Olívia Santana, vereadora comunista em Salvador, e Nádia Campeão, presidente do comitê estadual de São Paulo. Entre adesões e discordâncias, o debate segue nesta tarde com a participação, na tribuna do evento, de Eline Jonas, presidente da UBM.


 


De Luiziânia,
Priscila Lobregatte