Lula deve finalizar pendências da reforma ministerial esta semana

Lula também deve decidir se vai criar ou não a Secretaria de Portos – que terá status de ministério. O Ministério dos Transportes deve ficar com Alfredo Nascimento, do PR. Ele só não assumiu o posto porque o PR tenta barrar a criação da Secretaria de Portos -que deve ser entregue ao PSB.

 

Para o PR, a criação da secretaria esvazia os poderes do Ministério dos Transportes. Para encerrar a polêmica, Lula se reúne hoje (27) com Nascimento. Se a conversa avançar, Nascimento pode assumir seu lugar na Esplanada amanhã. A expectativa é que o PR desista de boicotar a criação da Secretaria de Portos, o que abrirá caminho para o presidente nomear Pedro Britto (ex-ministro da Integração), do PSB, para o lugar.

 

Com isso, Lula tenta prestigiar o PSB, que na reforma ministerial perdeu a Integração para o PMDB (Geddel Vieira) e reclamou publicamente da redução de espaço no governo. Já a Previdência deve ficar com o PDT. O partido entregou a Lula uma lista com duas indicações: o presidente do partido, Carlos Lupi, e o secretário-geral da legenda, Manuel Dias. Também são cotados o ex-governador Ronaldo Lessa (AL) e o líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ).

 

Para o Desenvolvimento Agrário, a corrente petista DS (Democracia Socialista) manteve a indicação do atual ministro, Guilherme Cassel. Também eram cotados para a pasta o ex-ministro Miguel Rossetto, além do deputado Walter Pinheiro (PT-BA) e do dirigente petista Joaquim Soriano.

 

Outra pasta que ainda precisa ter o titular definido é a Secretaria da Pesca, que tem status ministerial. Atualmente, a secretaria é comandada pelo petista Altemir Gregolin.

 

Waldir Pires

 

Também está em situação indefinida o ministro Waldir Pires (Defesa), mas há rumores cada vez mais frequentes de que não haverá mudanças no Ministério da Defesa, pelo menos a curto prazo.

 

Nesta terça-feira (27), o próprio presidente Lula deu indicações neste sentido. Acenando positivamente com o cabeça, o presidente respondeu aos jornalistas ao chegar para almoço em homenagem ao primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi: “continua [como ministro da Defesa]”.

 

O afastamento de Pires foi aventado desde outubro, quando, após a queda do Boeing da Gol, matando 154 pessoas, controladores de vôo entraram em operação-padrão por melhores condições de trabalho. Problemas na torre de comando do Cindacta I, panes elétricas no sistema de comunicação de Brasília, interdição da pista auxiliar de Congonhas e o rompimento de uma fibra ótica no Cindacta de Curitiba ampliaram os rumores de mudança na equipe. 

 

Neste fim de semana, após a constatação de que não funcionavam os equipamentos projetados para instruir vôos em situações de neblina em Cumbica, o próprio Waldir Pires chegou a defender a demissão dos funcionários responsáveis pela sucessão de erros que ampliou o caos aéreo. Em nota, afirmou que exigia “punição exemplar” para os envolvidos nos incidentes.

 

Sobre a crise, Lula afirmou: “Não é questão de pessoas. A questão é estrutural. Os outros não fizeram o que devia ter sido feito ao longo dos anos”.

 

Confira abaixo os ministérios onde haverá troca do titular, os que não devem sofrer mudança e os que ainda têm situação indefinida.

 

Mudanças já anunciadas
Advocacia-Geral da União
Agricultura
Comunicação Social
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Integração Nacional
Justiça
Relações Institucionais
Saúde
Transportes
Turismo
 

Mudanças não anunciadas
Previdência
 

Onde não deve mudar
Banco Central
Casa Civil
Cidades
Ciência e Tecnologia
Combate à Fome
Comunicações
Controladoria-Geral da União
Cultura
Direitos Humanos
Educação
Esporte
Fazenda
Igualdade Racial
Meio Ambiente
Minas e Energia
Planejamento
Políticas para as Mulheres
Relações Exteriores
Secretaria-Geral da Presidência
Segurança Institucional
Trabalho

 

Situação indefinida
Defesa (ministro atual: Waldir Pires)
Desenvolvimento Agrário (ministro atual: Guilherme Cassel)
Pesca (ministro atual: Altemir Gregolin)

Da redação,
com agências