China e Venezuela criam binacionais petrolíferas

A Venezuela e a China anunciaram a criação de duas empresas binacionais de refino de petróleo e outra de transporte marítimo do produto. Os novos empreendimentos foram acordados por ocasião da visita de três dias de Li Changchun, um dos nove membros do Co

O objetivo declarado de Chávez é aumentar as vendas para a China para diminuir a dependência econômica dos Estados Unidos, país que é o maior comprador do petróleo venezuelano, mas com o qual o presidente venezuelano vive uma relação conturbada.



Já Pequim vê a Venezuela como um dos principais potenciais fornecedores de petróleo para as necessidades crescentes da economia chinesa, que neste ano deve crescer 10%, segundo projeção do FMI.



“Como poder, a China está subindo, enquanto os Estados Unidos estão descendo”, disse Chávez na sexta-feira, após receber uma comitiva preparatória da visita do dirigente chinês.



De acordo com o governo venezuelano, as estatais Corporação de Petróleo da China (CNPC) e a PDVSA construirão uma refinaria na Venezuela dentro de três anos, com capacidade para refinar entre 600 mil e 700 mil barris diários. Outras duas unidades deverão ser construídas na China.



Gargalos
Os projetos buscam resolver os dois principais gargalos para a venda de petróleo venezuelanos ao país asiático: a logística e o refino do óleo ultrapesado venezuelano extraído da faixa do rio Orinoco, de onde deve sair o petróleo para a China. Há sete meses, a CNPC vem realizando prospeções nessa área, ainda pouco explorada.



A viagem de um navio-tanque da Venezuela à China leva em média 50 dias, enquanto para os EUA são apenas sete dias. O longo percurso requer navios-tanque com grande capacidade, frota da qual Caracas não dispõe hoje.



Na semana passada, Chávez estimou que no ano 2012 a Venezuela exportará 1 milhão de barris diários à China, pouco abaixo do que é vendido atualmente aos EUA. Dados preliminares da PDVSA mostram que o mercado americano absorve atualmente 45% do petróleo venezuelano -três anos antes, esse índice chegava a 56%.



No primeiro semestre do ano passado, a China importou apenas 69.600 barris/dia de petróleo bruto. A projeção de Chávez é que neste ano chegue a 500 mil barris diários, número considerado pouco factível por especialistas.