Subcomandante Marcos prevê guerra mundial pelo capitalismo

Na segunda parte de “A outra campanha”, o guerrilheiro percorrerá o país junto a 14 comandantes indígenas zapatistas para formar com seus simpatizantes uma frente de esquerda, mas alheia ao sistema de partidos políticos, explicou Marcos ao término de uma reunião em San Cristóbal de las Casas.

Na reunião, Marcos anunciou também a implementação de uma “campanha mundial pela defesa dos territórios” com a participação de movimentos que lutam pela terra em outras partes do planeta.

O subcomandante falou da importância que os indígenas da América Latina terão na resistência contra o neoliberalismo para defender os territórios, como há 500 anos.

“A América Latina já é um dos novos palcos da guerra de reconquista e, portanto, os povos indígenas da América terão, como há 500 anos, o papel de protagonistas na resistência”, disse, para depois advertir que deverão se aliar a operários e camponeses para que a batalha não termine em “uma derrota definitiva”.

“Com exceção de Cuba, da rebeldia crescente da Venezuela e da ainda sem definição especificidade da Bolívia”, os governos latino-americanos se transformaram, sem importar sua ideologia, “nos capitais de reconquista de territórios que viram florescer os povos originais destas terras”, acrescentou.

Os 15 líderes zapatistas pernoitarão esta noite em San Cristóbal de las Casas, de onde partirão na segunda-feira rumo à capital mexicana.