Fevereiro confirma crise imobiliária nos Estados Unidos

Em meio à crise imobiliária que afeta o país, as vendas de casas novas nos Estados Unidos caíram inesperadamente em fevereiro, pelo segundo mês consecutivo, e para o menor nível desde junho de 2000.

As vendas tiveram queda de 3,9% em fevereiro, para a média anual de 848 mil unidades vendidas. A estimativa dos economistas ouvidos era de aumento de 6,7% para uma média anual de 1 milhão. Em janeiro, houve uma queda de 15,8%.



O estoque de imóveis disponíveis para a venda nos EUA atingiu 546 mil unidades, suficiente para atender o atual ritmo de demanda durante pouco mais de oito meses, o maior período desde janeiro de 1991, quando o estoque de imóveis atendia 9,4 meses de demanda.



Os investidores têm acompanhado de perto o desempenho da economia norte-americana, que tem sido motivo de preocupações com a crise no setor de crédito imobiliário de alto risco. Os norte-americanos estão atrasando ou deixando de pagar a hipoteca da casa própria. Com isso, são afetadas todas as empresas envolvidas nos empréstimos imobiliários.



Nas últimas décadas, a classe média norte-americana hipotecou em massa seus imóveis. Empresas especializadas dão empréstimos e tomam as casas como garantia. Essas empresas, por sua vez, funcionam como “intermediárias”. Elas buscam junto a investidores o dinheiro para oferecer nos empréstimos.



Com o aumento desse mercado, o investimento em imóveis tornou-se bastante atrativo. Aumentando a demanda, o preço dos imóveis subiu.



Os juros
Os problemas começaram no ano passado, quando o presidente do Fed (o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, deu a entender que estava surgindo um movimento inflacionário no país, por conta do excesso de dinheiro no mercado. Como forma de controle, as taxas de juros entraram em um movimento de leve alta.



Com a alta dos juros, as pessoas, ao invés de comprar imóveis, começaram a se sentir mais atraídas a aplicar em títulos do governo. O mercado imobiliário, então, começou um movimento reverso, de queda nos preços, provocada pela menor procura.



Com os preços dos imóveis em baixa, as novas hipotecas alcançaram valores menores – e as empresas de concessão de crédito passaram a enfrentar a inadimplência. No total, 4,95% dos empréstimos imobiliários não foram pagos no quarto trimestre de 2006. A maior parte da inadimplência se refere aos empréstimos concedidos ao segmento baixa renda.



Fonte: G1