Bancos dobram valor de tarifas nos últimos quatro anos

A receita dos bancos brasileiros com tarifas cresceu quase oito vezes desde o Plano Real e dobrou no governo Lula, atingindo R$ 52,8 bilhões em dezembro de 2006.

O ganho com tarifas aumentou mais do que a receita total dos bancos, que triplicou desde o Plano Real e cresceu 21,2% desde o governo Lula, para R$ 298,97 bilhões.



Assim, a contribuição das tarifas para as receitas totais, que eram de apenas 6,5% em 1994, começaram esta década em patamar acima de 10% e atingiram 17,68% em 2006, calculou a consultoria Austin Ratings.



Em uma amostra dos dez maiores bancos, o percentual é ainda maior: as tarifas contribuem com quase 20% das receitas totais. Além disso, as tarifas já cobrem todas as despesas com pessoal e ainda sobra quase um terço.



Para o presidente da Austin Ratings, Erivelto Rodrigues, o percentual deve subir mais. “A conta vai crescer. Ainda há espaço para os bancos cobrarem mais tarifas. Os bancos vêm estimulando a realização de operações pela internet e outros canais eletrônicos, muitas das quais ainda não são cobradas”.



Além disso, Rodrigues vem observando que até mesmo bancos menores que não cobravam tarifas estão estudando o assunto: “Pelo menos um banco médio criou um grupo para analisar quais tarifas pode cobrar nas concessões de crédito. As tarifas se tornaram importantes até para bancos médios”.