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PCdoB: 85 anos de lutas em defesa do povo brasileiro

O presidente do comitê estadual do PCdoB em Goiás e membro do Comitê Central, Aldo Arantes, conhece de perto parte da luta travada pelos comunistas. Durante os anos de chumbo, lutou pela democracia e pagou um preço alto: precisou optar pela clandestini

*Aldo Silva Arantes



No dia 25 de março deste ano o Partido Comunista do Brasil comemora seus 85 anos de existência. São décadas de luta em defesa do povo brasileiro, da democracia, da soberania nacional e dos direitos dos trabalhadores.


 


A agremiação comunista foi fundada em 1922 com a unificação de diferentes grupos comunistas e sob a influência da vitoriosa Revolução Socialista na Rússia. Entre seus fundadores estavam Astrogildo Pereira, Hermogénio Silva, Manoel Cendon, Cristiano  Cordeiro e José Elias.


 


Era um período da história do Brasil de marcantes acontecimentos. A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, significou um marco na cultura do povo brasileiro. Três meses após o surgimento do Partido Comunista, ocorre o levante do Forte de Copacabana. Em 1924 novas rebeliões militares ocorrem, originando-se daí a Coluna Prestes.


 


A revolução de 1930  eclode e os comunistas ficam à margem do processo. Não compreendem o grande significado daquele momento da história do Brasil. Vitorioso, o Presidente Vargas adota uma série de medidas contra as velhas oligarquias. Nacionaliza o subsolo,decreta a jornada de trabalho de 8 horas, reconhece os sindicatos e, poucos anos depois, estabelece o voto secreto e convoca a Assembléia Constituinte. Mas o governo Vargas não toca no monopólio da terra e na dominação imperialista de que o País era vítima.


 


Sob o lema “Pão, Terra e Liberdade”, o Partido Comunista lança a Aliança Nacional Libertadora. Com esse movimento, se projeta nacionalmente. Poucos meses depois  a ANL é posta na ilegalidade e os comunistas orientam sua atividade para a insurreição armada.O movimento é derrotado e passa a ser duramente perseguido.


 


Centenas de comunistas foram presos e torturados nos porões do Estado Novo. Olga Benário, esposa de Luís Carlos Prestes, foi deportada e entregue à polícia nazista, que a assassinou na câmara de gás.


 


Com a implantação do Estado Novo, a ditadura de Vargas, o partido desenvolve a luta pela democracia. Em 1945 junto com as demais forças democráticas do País consegue a anistia dos presos políticos e sua legalidade.  Com a redemocratização os comunistas exigem a convocação de uma Assembléia Constituinte livremente eleita.


 


Sob a direção do Partido o movimento sindical ganha força. A bandeira da reforma agrária é levantada pelos comunistas. Nas eleições de 1945 o partido obtém 10% dos votos dos eleitores inscritos.


 


A legalidade é curta. Em 1947, é posto novamente na ilegalidade. Junto com outras forças o Partido desenvolve a luta em defesa do monopólio estatal do petróleo.


 


Em 1958, inicia o processo que levaria a União Soviética ao capitalismo. Desde o primeiro momento surge um grupo de dirigentes do Partido que se opõem a esta orientação dentre eles está João Amazonas, Maurício Grabois, Pedro Pomar, dentro outros.


 


Com a posse de Juscelino Kubitschek cresce no país uma onda desenvolvimentista. Juscelino adota um Programa de Metas visando o desenvolvimento do País mas não toca na questão do latifúndio e da dominação imperialista.


 


Jânio Quadros, eleito pelas forças conservadoras, por sua política internacional independente, termina perdendo o apoio dos setores dominantes do país e renuncia. O vice-presidente João Goulart deveria assumir a Presidência da República. Porém, os militares tentam impedir sua posse através de um golpe de Estado. Brizola comanda a resistência democrática contra o golpe e o Partido se coloca na linha de frente da resistência. O dirigente partidário  João Amazonas está no Rio Grande do Sul participando diretamente da mobilização popular a da resistência armada contra do golpe.


 


Fruto das divergências surgidas com Prestes e outros dirigentes do Partido, João Amazonas e outros dirigentes partidários resolvem ,em 1962, reorganizar o Partido Comunista do Brasil  para manter viva a bandeira do socialismo em nossa pátria.    
Com o golpe militar de 1964 o Partido desenvolve a luta contra o regime dos generais. Fechadas todas as portas para uma ação institucional o Partido resolve desencadear a Guerrilha don Araguaia. Fato marcante na história política do País e do Partido a Guerrilha obrigou a mobilização do maior contingente militar desde a Guerra do Paraguai.Inúmeros patriotas tombaram no Araguaia destacando-se entre eles Maurício Grabois, Osvaldão, Helenira Rezende, Maria Lúcia Petit, o goiano Divino, dentre outros.


 


Na luta pela redemocratização do País, junto com as demais forças democráticas e progressistas, o partido levantou as bandeiras da anistia ampla, geral e irrestrita, a revogação dos atos de exceção e a convocação de uma Assembléia Constituinte livre e soberana.


 


Em 1976, o partido tem uma grande perda com a chamada “ Chacina da Lapa” onde são assassinados os dirigentes Pedro Pomar, Ângelo Arroio e João Batista franco Drumond, este morto na tortura. Vários dirigentes são presos e torturados.


 


Com a queda da ditadura militar, o partido, após longos anos, retornou à legalidade. Participa das eleições e contribui de forma destacada na Assembléia Nacional Constituinte. Destaca-se na luta das Diretas Já e na eleição de Tancredo Neves para Presidente da República.


 


A queda dos países do Leste Europeu representou um sério revés para o socialismo. No entanto, o partido, em seu 7º Congresso reafirma o socialismo, o marxismo-leninismo e a revolução. Todavia, tem a coragem de identificar os erros no processo de construção do socialismo desde a estagnação teórica e o dogmatismo, o autoritarismo e a excessiva centralização econômica. O partido critica a importação de modelos do socialismo e prega o socialismo renovado com base na realidade objetiva do nosso país e da cultura e tradição do nosso povo.


 


O PCdoB participa na luta do Fora Collor e junto com as demais forças progressistas participa em todas as campanhas pela eleição do Presidente Lula.


 


Hoje, considera que estamos vivendo um momento favorável às forças democráticas e progressistas na América Latina e no Brasil, que permitem maior audácia. O partido apóia de forma enfática o governo Lula e o Programa de Aceleração do Crescimento. É a primeira vez em muitos anos que o País conta com um  projeto de desenvolvimento. Apoiamos as medidas anunciadas pelo governo em relação à educação. Todavia defendemos a necessidade de maiores avanços para assegurar um ritmo mais acelerado de crescimento da economia, com a geração de empregos  e a distribuição de renda. Defendemos uma política de redução de juros ousada, uma alteração na política cambial e uma redução dos impostos. Defendemos uma política de reforma agrária mais ampla e efetiva.


 


O Partido Comunista do Brasil tem crescido e pretende crescer mais ainda participando das eleições municipais lançando candidatos a prefeitos e chapas de vereadores ali onde as condições sejam favoráveis. Para isto convidamos todos os nossos amigos e simpatizantes a  ingressarem no Partido e integrarem nossas chapas na disputa eleitoral de 2008.    


 


*Presidente Estadual do PCdoB