Papa nomeia dom Scherer para Arquidiocese de SP

O Papa Bento 16 nomeou nesta quarta-feira (21/3) o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odilo Scherer, de 57 anos, para assumir o comando da Arquidiocese de São Paulo, a maior do Brasil, com seis milhões de católicos.

Dom Odilo vai suceder dom Cláudio Hummes no comando da Arquidiocese de São Paulo, a terceira maior do mundo em números de fiéis.


 


Desde 30 de outubro do ano passado, data da nomeação oficial de dom Cláudio como prefeito da Congregação para o Clero, foram feitas consultas sigilosas a todos os bispos de São Paulo, aos cardeais do Brasil, ao colégio de consultores da arquidiocese paulistana e ao presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo.


 


Bispo-auxiliar de São Paulo, dom Odilo sempre figurou na lista dos prováveis cotados a assumir o posto, por ser considerado jovem e próximo ao Vaticano.


 


Gaúcho de Cerro largo e descendente de imigrantes alemães da região do Sarre, o novo arcebispo de São Paulo é mestre em Filosofia e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.


 


Foi ordenado padre em 1976 no Paraná, onde foi criado. Por sete anos, entre 1994 e 2001, foi oficial da Congregação para os Bispos, órgão que analisa os postulantes à chefia das dioceses.


 


O núncio apostólico dom Lorenzo Baldisseri, representante do papa no Brasil, coordenou o processo de escolha do novo arcebispo de São Paulo. Foi ele quem enviou a lista com os três nomes considerados mais adequados para assumir o cargo ao pontífice e a um conselho de cardeais no Vaticano.


 


Com a nomeação, o arcebispo terá tempo, segundo o direito canônico, de ser empossado antes da viagem do Papa ao Brasil, entre os dias 9 e 13 de maio.


 


A administração da arquidiocese paulistana foi interinamente designada aos cuidados do bispo-auxiliar para a região da Sé, o espanhol dom Manuel Parrado Carral.


 


Alguns especialistas em religião acreditavam que, ao assumir como administrador apostólico, Dom Manuel estaria entre os cotados para ser o novo arcebispo da Arquidiocese, que, além dele, conta com outros seis bispos-auxiliares.


 


Criada diocese em dezembro de 1745 e elevada à arquidiocese em junho de 1906, a Arquidiocese de São Paulo é dividida em seis regiões episcopais: Sé, Belém, Ipiranga, Santana, Lapa e Brasilândia.


 


Desde dom Bernardo Rodrigues Nogueira – que comandou a Arquidiocese entre 1745 e 1748 – estiveram no comando da Arquidiocese de São Paulo 13 bispos e seis arcebispos.


 


Os mais recentes foram dom Agnello Rossi, dom Paulo Evaristo Arns e dom Cláudio Hummes.


 


Nomeado prefeito da Congregação para o Clero, dom Cláudio foi arcebispo de São Paulo entre 1998 e 2006. Foi o terceiro brasileiro a assumir uma Congregação no Vaticano.


 


Os outros foram dom Agnelo Rossi, à frente da Congregação para a Evangelização dos Povos (1970-1984), e dom Lucas Moreira Neves, na Congregação para os Bispos (1998-2000). Em comum, os três foram bispos na Arquidiocese de São Paulo.


 


“É uma pessoa com experência da cidade de São Paulo, da CNBB e da hierarquia da igreja, por ter passado por vários anos em Roma”, diz o padre José Oscar Beozzo, teólogo e coordenador do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular em São Paulo (Cesep).


 


“Era um dos nomes da lista de favoritos. Dentro do episcopado brasileiro, tínhamos cotados com vantagens e desvantagens. Dom Odilo aparece como um com muita experiência e bom trânsito por todos estes lugares”.