América Latina é a região mais insegura do mundo, diz consultor

O consultor do Instituto Interamericano de Direitos Humanos (IIDH), Carlos Basombrío, afirmou nesta quarta-feira (21/3), na Costa Rica, que a América Latina é a região mais insegura do mundo, situação que se agrava com a pobreza e a desigualdade.

“A América Latina é a região do mundo mais insegura em termos de segurança civil. Não há nenhuma região do mundo que tenha os problemas que nós temos. O estado é gravíssimo”, ressaltou Basombrío, ex-vice-ministro peruano do Interior.



Basombrío fez a declaração ao discursar no “Encontro Centro-Americano de Altas Autoridades de Segurança Civil”, organizado em San José pelo IIDH.



O consultor explicou que a segurança civil tem como agravantes a exclusão social, a desigualdade e a pobreza, mas rechaçou que esses fatores sejam sinônimos de delinqüência.



O peruano lamentou que na América Latina perdurem a pobreza e a desigualdade, apesar de a região não ter problemas de armas de destruição e terrorismo, contar com um permanente crescimento econômico e ter superado ditaduras e conflitos internos.



Entre os principais delitos que são cometidos na região, o especialista citou os roubos a imóveis, a veículos e nas ruas, seguido por homicídios, violência familiar, seqüestros e o narcotráfico, além das ações dos bandos.



Imagem e medidas
Basombrío comentou que, em todos os países latino-americanos, a sensação de insegurança civil é possivelmente maior do que a magnitude do problema. Segundo o consultor, com a percepção, a opinião pública cria uma má imagem das autoridades, apesar de elas fazerem esforços para combater o crime.



Entre as possíveis medidas para melhorar a segurança civil, o estudo do IIDH recomenda uma melhor coordenação entre as instituições e que o tema seja abordado como uma política de estado com prioridade nos orçamentos.



Outras recomendações do IIDH são especializar os policiais e delimitar claramente as funções dos diferentes responsáveis pela segurança, especialmente entre o Exército e as forças policiais.



“Deve haver uma separação de funções entre as Forças Armadas e as forças policiais, deixando claro que são os segundos que têm a missão específica de se encarregarem da segurança interna e enfrentar o crime. Mas a divisão não ocorre dessa forma em alguns países”, acrescentou Basombrío.



O encontro regional de um dia ocorreu na sede do IIDH, que faz parte da Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).



Na reunião estiveram presentes representantes de toda a América Central, que discutiram temas como políticas preventivas de segurança, eficácia das leis, funcionamento de instituições e cooperação regional.