Membro das Farc será julgado nos Estados Unidos

O novo julgamento nos Estados Unidos de Ricardo Palmera, ou “Simón Trinidad”, um dos maiores líderes da guerrilha colombiana das FARC, começará do próximo 26 de março, como estava previsto, com a seleção dos jurados, confirmou o juiz Thomas Hogan, que anu

Trinidad, com o uniforme de prisioneiro, de cor laranja quase fluorescente, compareceu nesta segunda-feira (19/3) à audiência preliminar do processo, constatou um jornalista da AFP na Corte de Distrito de Washington. Trinidad será julgado pelo seqüestro de três americanos na Colômbia há quatro anos, mas responderá por outras acusações e por narcotráfico. Um julgamento anterior de Trinidad, realizado em 21 de novembro de 2006, foi anulado porque os jurados não se puseram de acordo com o veredicto.



Durante a audiência desta segunda-feira, Trinidad falou diretamente, por autorização do juiz Hogan, sobre a equipe de advogados que o defende e que foi designada por ofício. “Tenho plena e absoluta confiança no grupo de advogados que me assistiram esse tempo todo e não vejo razão para querer uma mudança”, disse o colombiano em espanhol.



Após esta afirmação continuou a audiência preliminar, destinada a fixar com promotores e defensores algumas regras do processo. O guerrilheiro enfrenta cinco acusações: três de seqüestro, uma de conspiração para cometer seqüestro, e outra para “dar apoio material ou recursos a terroristas”.



Os três norte-americanos, que deram origem a este processo e ainda se encontram em poder das FARC, são Marc Gonsalvez, Thomas Howe e Keith Stannsen. Eles realizavam operações de inteligência no departamento colombiano de Caquetá em 13 de fevereiro de 2003, quando o pequeno avião em que voavam com outras duas pessoas perdeu um motor e caiu.



Dois tripulantes, um norte-americano e um colombiano foram encontrados mortos, mas Goncalvez, Howe e Stannsen foram vistos com vida, pela última vez, em um vídeo entregue pelas FARC em julho de 2003.