4 anos de ocupação: 1,2 milhões de iraquianos refugiados na Síria

A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados acusou a comunidade internacional de rejeição abjeta do impacto humanitário da ocupação do Iraque.

O porta-voz da agência da ONU, Peter Kessler, afirmou que a organização arca sozinha com a enorme responsabilidade de auxiliar países como a Jordânia e a Síria a receber o enorme fluxo de refugiados iraquianos.



Kessler disse ainda que é hora da comunidade internacional ajudar a cobrir as necessidades de saúde e de educação dos iraquianos.



A Síria afirma abrigar 1,2 milhão de refugiados iraquianos, enquanto outros 800 mil estariam na Jordânia. O governo de Damasco já fez repetidos pedidos de ajuda à comunidade internacional para enfrentar o problema.



“Existe uma rejeição abjeta do impacto humanitário da guerra, do êxodo interno de 1,9 milhão de pessoas que estão desabrigadas por causa da guerra, e das que estão desabrigadas, porque nunca voltaram para as suas casas desde a derrubada de Hussein”, afirmou Kessler.



Muitos dos refugiados precisariam de ajuda, e mais de um quarto deles seriam crianças em idade escolar.



Muitos precisam de alimentação e saúde, outros de acompanhamento psicológico por causa dos traumas provocados pela violência que viveram ou presenciaram, enquanto outros precisam de emprego.



“É necessário que os governos combatam os problemas de saúde, educação, todos eles”, disse o porta-voz. A situação estaria piorando diariamente, já que muitos estão cada vez mais pobres, porque não acham trabalho.



A situação fica ainda mais grave quando se leva em conta que além dos refugiados que fugiram do país, existem quase 2 milhões de pessoas refugiadas no próprio no Iraque.



De acordo com a ONU, este número também estaria subindo, e muitas províncias estariam fechando as suas fronteiras a refugiados de outras regiões.



Muitos árabes sunitas e xiitas tiveram que fugir de suas casas para regiões em que a sua fé é maioria. Vários teriam fugido também para a região curda, no norte do Iraque, onde a violência religiosa é menos grave.