Criação da União Européia piorou a vida para 44% dos europeus

A segunda pior característica que os europeus mais associam com a União Européia (UE) é a burocracia, de acordo com uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (19/3) pelo jornal britânico Financial Times.

Segundo a pesquisa, 44% dos europeus acreditam que a vida piorou desde que seu país passou a fazer parte da UE, embora sejam registradas grandes variações em vários estados membros, já que enquanto no Reino Unido essa porcentagem atinge 52% das pessoas, na Espanha cerca de 53% dos cidadãos consideram que as coisas melhoraram.


 


A pesquisa do Financial Times foi publicada como parte de uma série especial alusiva ao 50.º aniversário da integração européia, que se comemora no próximo 25 de março.


 


Apesar da visão tão negativa, que o jornal atribui a um “sentimento dominante de pessimismo”, só 22% dos pesquisados acreditam que seu país estaria melhor se abandonasse a UE, contra 40% que afirmaram que, se isso acontecesse, seria pior.


 


Para 35% dos europeus a Constituição Européia, bloqueada pelo “Não” dos povos francês e holandês há dois anos, teria um impacto “positivo” em seu país, contra 27% que vêem a iniciativa como algo negativo. O repúdio mais importante parte, de longe, do Reino Unido, onde 48% dos entrevistados repudia o Tratado Constitucional.


 


A caracterísitca que os pesquisados mais associam com a UE é o mercado único (31%), mas em segundo lugar está a burocracia (20%), que emerge como a característica mais importante da Europa em países como Reino Unido (38%) e Alemanha (33%).


 


A paz é “segura” e somente foi mencionada de modo significativo na França (15%) e Alemanha (9%), enquanto apenas 9% dos europeus citaram como característica principal da UE a “Democracia”.


 


Em relação às áreas nas quais a UE poderia contribuir significativamente, os cidadão apontaram o meio-ambiente (72%), a energia (69%), a luta contra o crime organizado (57%) e a segurança. As políticas que receberam apoio menor são a política social (58%), a economia (54%) e a política exterior (49%). Somente 38% apoiaram a idéia de um exercito unificado para a UE, contra 39% que repudiaram a idéia.


 


O jornal destaca que existe um apoio majoritário aos “esforços” da chanceler alemã e atual presidente da UE, Angela Merkel, para harmonizar as regras financeiras e comerciais com os Estados Unidos, algo que os próprios americanos apóiam (53%).


 


A pesquisa também revela que o Reino Unido é considerado o país mais influente da Europa (41%), na frente da Alemanha (25%) e da França (15%). Finalmente, o ex-chanceler alemão Helmuth Kohl é considerado pelos pesquisados como a personalidade mais associada ao desenvolvimento da idéia de integração européia.


 


A pesquisa encomendada pelo Financial Times à empresa Harris foi feita de de 28 de fevereiro a 12 de março e pesquisou um total de 6.772 adultos na França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Estados Unidos.