Aécio já começa a falar abertamente sobre disputa de 2010

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), garantiu hoje que está preparado para o jogo político de 2010, ano em que se dará a sucessão presidencial. Ao discursar para uma platéia de cerca de 300 empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lid

Se um dia, não sei quando, as circunstâncias políticas construírem um consenso em torno do meu nome, certamente tenho que estar preparado.”


 


Apesar de assegurar que seu nome está no páreo, Aécio disse que hoje a sua disposição está mais voltada a construir um projeto para o Brasil, do que trabalhar pessoalmente para ser candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não coloco carro à frente dos bois, e não tenho obsessão em disputar a Presidência da República”, emendou.


 



O governador mineiro frisou, também, que deseja participar do jogo político de 2010 por sua legenda atual, o PSDB. “Me sinto absolutamente à vontade dentro do PSDB. Não penso em mudar de partido para me candidatar a determinado cargo.” Ao ser questionado sobre eventual convite para integrar os quadros do PMDB, o governador mineiro desconversou. “Fico honrado que alguns partidos me queiram em seus quadros. Mas estou voltado a governar Minas Gerais e estou confortável no PSDB.”


 



Ao falar da sucessão presidencial de 2010 para os empresários, Aécio brincou: “Não sei se vocês vão acreditar”. E cutucou: “Talvez vocês estejam influenciados pelo dinamismo da vida pública paulista. Sou mineiro.” Indiretamente, o governador se referiu à vinculação constante dos nomes do atual governador paulista, José Serra, e do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, como potenciais candidatos tucanos em 2010.


 



Em entrevista coletiva concedida após o almoço com os empresários do Lide, o tucano disse que é um “equívoco político enorme” trazer 2010 para o momento atual. Segundo ele, as discussões sobre a sucessão presidencial só devem começar a partir de 2008, após a sucessão municipal. “Antes de 2008, é um desserviço ao País falar de eleições presidenciais”, disse.


 



Na sua avaliação, o seu partido precisa se renovar e elaborar um projeto para o Brasil. “Precisamos de disputas de projetos e não de pessoas”. Usando discurso diplomático, Aécio disse, ainda, que Serra e Alckmin são bons nomes para 2010, mas ambos também “sabem” que essa discussão tem que ser postergada para 2008.


 


Nos bastidores, porém, tanto Serra quanto Aécio já preparam, quase que diariamente, o terreno para a disputa de 2010, sendo que o tucano José Serra larga na frente com o apoio escamoteado porém intenso da mídia. Alckmin, tido como carta fora do baralho, tem sido sondado para disputar a prefeitura paulistana em 2008.


 


Da redação,
com agências