Lula empossa 3 ministros dizendo que coalizão é “aprendizado”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo de coalizão “é um momento de aprendizado para todos”, ao empossar três ministros nesta sexta-feira (16). José Gomes Temporão no Ministério da Saúde, Geddel Vieira Lima no Ministério da Integração,

O que está acontecendo neste momento, na história do nosso querido país, não é apenas a troca de um homem por outro homem, de uma mulher por outra mulher ou de um partido por outro partido. É um novo jeito e uma nova forma de fazer política. Aliás, eu penso que é um momento de aprendizado para todos nós, que é a construção de uma política de coalizão que envolve partidos políticos, que envolve governadores, que envolve prefeitos e que envolve a experiência acumulada de cada um de nós  que fazemos política”, disse Lula no início do seu improviso.



Bem-humorado, o presidente disse ao apresentar os novos nomes que não iria falar bem de cada um, “porque eu preciso saber do trabalho deles primeiro”. Também lembrou que “o salário é baixo”, e “a máquina pública, ela é dotada de verdadeiros heróis”, pois um ministro ganha R$ 7 mil mensais, e o presidente R$ 8 mil, quando “eu vejo a iniciativa privada tirando gente que ganha R$ 7 mil por mês, para pagar R$ 70 mil, 80 mil por mês”.



Thomaz Bastos e o PT



O discurso fez referências aos ministros que deixam a Esplanada, exceto Tarso Genro, que troca a pasta de Relações Institucionais pela da Justiça. Começou por Thomaz Bastos e fez um comentário sobre sua condição de sem-partido, embora sabidamente próximo do PT.



“Muita gente imaginava, ao longo da história, que o Márcio Thomaz Bastos era do PT. Muitas vezes, o Márcio discutia comigo se deveria entrar ou não no PT, e eu dizia: Márcio, um advogado que atingiu a qualidade e a grandeza que você atingiu, não é prudente você estar filiado a um partido político. Até porque os advogados normalmente são chamados para defender grandes causas. No caso do Márcio, as maiores que aconteceram no país. E o Márcio, portanto, não é um companheiro do PT”, disse Lula. E agregou que Bastos, “certamente, vai continuar sendo meu advogado”



Geddel Vieira, um deputado neolulista do PMDB que assume a Integração Nacional, foi apresentado como “o exemplo mais forte dessa coalizão e a demonstração inequívoca de que quando falamos em coalizão, falamos para valer. Porque se a gente fosse analisar apenas o que as pessoas fizeram ontem, sem pensar no que as pessoas vão fazer amanhã, a gente não teria acordo em muitas das coisas que a gente faz com os partidos. O PMDB, que é o maior partido dentro do Congresso Nacional, tem uma importância muito grande”, frisou Lula. Mas mencionou de passagem a Transposição do São Francisco, projeto do governo federal afeto à pasta da Integração e hostilizado na Bahia, o estado de Geddel.



Temporão, também indicado pelo PMSD, foi chamado de companheiro no discurso. “Eu não diria que é unanimidade, mas é quase unanimidade na área da Saúde. Todos os ministros que passaram pela Saúde sempre falavam: 'O Temporão é um quadro excepcional, o Temporão é um quadro extraordinário, o Temporão é isso'. Pois bem, agora chegou a hora, meu caro. Se na teoria você parecia tudo isso, agora vamos dar o 'pepino' da Saúde para você administrar”, disse Lula, brincando com os títulos acadêmicos do médico sanitarista.



Da redação, com agências