Ex-inspetor da ONU no Iraque diz que Hans Blix omitiu informações

Numa entrevista concedida à emissora de televisão portuguesa Antena 1, que será transmitida na íntegra no próximo domingo em Portugal, Scott Ritter afirma que Hans Blix sabia, por exemplo, que o anúncio de que 10.000 líderes políticos americanos poderiam ser atacados com esporos de antraz “era um autêntico absurdo”.

“O antraz foi produzido pela última vez no Iraque no final dos anos 1980. Quando muito, ahavia algum antraz produzido em 1991. Depois de 3 anos — não mais do que isso — perde a sua vida útil”, sublinha Scott Ritter.

“Hans Blix, no entanto, continuou a reforçar a ideia americana, em 2002, de que o Iraque ainda tinha esse material. Mesmo que o antraz tenha sido produzido pelo Iraque, não havia provas de que o Iraque o possuísse depois de 91. Ainda assim, esse antraz já não tinha viabilidade como agente biológico desde meados dos anos 90. Quando Hans Blix afirmou que o caso era preocupante, só pôs em causa a sua credibilidade”, acrescenta o ex-inspetor da ONU, conhecido por se ter oposto publicamente à invasão do Iraque.