Coréia do Norte deseja voltar a fazer parte da AIEA, diz el-Baradei

O Diretor-Geral da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA), Mohamed el-Baradei, encerrou hoje (14/3) sua visita à República Popular Democrática da Coréia (RPDC), partindo de Pyongyang, capital da RPDC, rumo a Pequim, capital chinesa, onde fará

Convidado pela RPDC, el-Baradei e sua comitiva chegaram dia 13 a Pyongyang. Trata-se da primeira visita do Diretor Geral da AIEA à RPDC desde 1992.  Entretanto, o diretor da AIEA não se encontrou com o principal negociador para assuntos nucleares de Pyongyang, o vice-ministro de Relações Exteriores Kim Kye Gwan.


 


“Encontrei-me com autoridades da RPDC e discutimos como poderemos criar um ambiente de relacionamento saudável entre a AIEA e a RPDC. A visita foi muito proveitosa”, disse el-baradei em Pequim, onde afirmou também que a RPDC deseja retornar à condição de membro da AIEA.
 


“A visita abriu as portas para um relacionamento normal entre a agência e o país”, observou el-Baradei, em coletiva de imprensa dada na capital chinesa. Houve problemas de agenda, segundo a porta-voz da AIEA, Melissa Fleming. El-Baradei, porém, encontrou-se com outro vice-ministro de Relações Exteriores, Kim Hyong Jun.



Segundo Melissa, estavam previstas duas reuniões com Kim. Mas representantes da RPDC disseram que o vice-ministro estava preparando as reuniões com os outros cinco países (EUA, China, Rússia, Japão e Coréia do Sul) envolvidos nas negociações.



A viagem, considerada histórica, era um primeiro passo significativo para a renovação das relações entre a AIEA e a RPDC.



O vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Hill, principal negociador americano para assuntos nucleares, disse, ao chegar a Pequim, que não sabia por que a reunião foi cancelada, mas que o fato de Pyongyang ter recebido el-Baradei era um ''bom sinal''.



Hill afirmou que deve falar com el-Baradei em Pequim nesta quinta-feira, um dia após o retorno do diretor da AIEA da Coréia do Norte.



O chanceler sul-coreano, Song Min-soon, informou que el-Baradei deverá conversar com os representantes dos seis países que participam das conversas para explicar o resultado de sua visita a Pyongyang.



Em 13 de fevereiro, EUA, China, Rússia, Japão e as duas Coréias firmaram um acordo que prevê que a Coréia do Norte inicie a desativação de suas instalações nucleares em troca do fornecimento de 50 mil toneladas de combustível.



O país também concordou com a presença de inspetores da AIEA e o desmantelamento, em um prazo de 60 dias, do complexo nuclear de Yongbyon, que produz o elemento necessário para a produção de armas atômicas.