Equatorianos vão às ruas para apoiar Constituinte e Correa

Grupos indígenas, movimentos sociais e partidos que apóiam o presidente equatoriano, Rafael Correa, começaram a realizar na tarde desta segunda-feira (12/3) uma série mobilizações a favor da Assembléia Constituinte e contra os 57 parlamentares que foram d

“Queremos alertar o povo equatoriano de que alguns setores da oligarquia podem estar manobrando atos autoritários para tomar o poder fora das instituições democráticas e talvez até com ajuda externa”, denunciou o coordenador do partido indígena Pachakutik, Gilberto Talahua.



César Rodríguez, presidente da Alianza País, partido de Correa, anunciou passeatas de apoio ao governo. “Queremos manifestar ao presidente o apoio dos cidadãos a sua gestão e lhe pedir que se mantenha firme na defesa do mandato popular”, disse Rodríguez.



Humberto Cholango, presidente da Ecuarunari, filial da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), disse que os indígenas “defenderão a Assembléia Constituinte nas ruas”.


 


Força política
A iniciativa é uma resposta da população a uma solicitação feita por Correa no último sábado. Diante da delicada situação pela qual o país passa, o presidente pediu que o povo se manifestasse de forma pacífica para resistir “às máfias políticas do Equador”. “Não há ponto de retorno, não vamos aceitar mais abusos, mas vamos resistir de forma pacífica”, reiterou.



De acordo com os jornais locais, as manifestações poderão aumentar depois da intenção do Tribunal Constitucional de acatar a decisão do Congresso de julgar a consulta de inconstitucional. Muitas marchas continuam sendo organizadas em outras províncias com o objetivo de chegar a Quito na próxima quinta-feira.



O Tribunal Supremo Eleitoral anunciou, no dia 1º de março, a decisão favorável ao presidente Correa. Mas o Congresso se definiu pela inconstitucionalidade da convocatória, gerando a primeira crise política do mandato do novo presidente.



Conforme informação do jornal El Universo, o organismo eleitoral não acolherá nenhuma resolução do Tribunal Constitucional sobre a convocatória que definirá a instalação de uma Assembléia Constituinte. Em recente entrevista, o presidente da Comissão Jurídica, Hernán Rivadeneira, indicou que esta semana se inicia a preparação da logística do plebiscito.



“Atitudes exageradas”
Por sua vez, O presidente do Congresso equatoriano, Jorge Cevallos, afirmou ontem que atitudes exageradas do Legislativo propiciaram em parte a atual crise política, na qual 57 dos cem deputados foram destituídos.


 


O chefe do Parlamento, porém, afirmou que agora quem precisa julgar a legalidade da situação é o Tribunal Constitucional, que tem 30 dias para tomar uma decisão em relação ao caso.