Após saída de Prodi, Itália inicia consultas sobre governo

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, inicia nesta quinta-feira (22/2) consultas com os grupos políticos para encomendar a formação de um novo governo, após a renúncia do primeiro-ministro Romano Prodi.

Napolitano abrirá os contatos recebendo os presidentes da Câmara dos Deputados, Fausto Berttinoti, e do Senado, Franco Marini. Depois, vai ouvir os líderes dos partidos.



As opções são várias. Napolitano tentará verificar a solidez da maioria de centro-esquerda e as condições de estabilidade da atual legislatura. Prodi está disposto a formar um novo Executivo, se Napolitano quiser, mas com a condição de que seja forte e conte com um amplo apoio no Parlamento.



A Democracia de Esquerda (DS, ex-comunista, maior partido da coalizão) anunciou ontem (21) que pedirá a Napolitano que confie a Prodi a formação de um novo Executivo. O líder do partido, Piero Fassino, fez um apelo aos aliados para que apóiem o primeiro-ministro.



Também existe a hipótese de um novo Governo de centro-esquerda, mas sem Prodi. Outra opção seria um Executivo baseado numa maioria diferente e ampliada.



O líder da União Democrata-Cristã (UDC), Pierferdinando Casini, da coalizão de centro-direita de oposição, disse ontem à noite que agora é necessária uma trégua. “Devemos nos sentar em torno da mesa, para discutir alguns pontos”, disse.



Renúncia
A queda do governo de Prodi aconteceu ontem depois de ele perder no Senado uma votação sobre as linhas de política externa. Ele não contou com o apoio de dois parlamentares de sua coalizão e de alguns senadores vitalícios.



O Executivo de Prodi se sustentou durante 281 dias, com uma ampla coalizão de centro-esquerda formada por 16 partidos. Logo no início surgiram divisões em questões importantes, como a política externa, por exemplo a presença das tropas no Afeganistão.