Suplicy e Frei Betto visitam preso político Marcelo Buzetto

O Senador Eduardo Suplicy e o religoso Frei Betto visitaram dia 12, no Centro de Progressão Penal de São Miguel Paulista (CPP), o preso político Marcelo Buzetto. Em solidariedade à Buzetto, que é membro do Movimento dos Sem Terra (MST) e também professor

Na visita, as personalidades tiveram a oportunidade de conversar também com Benedito Ismael Alves Cardoso, o Magrão, que foi transferido para o CPP após quatro meses de prisão irregular na Cadeia Pública de Pinheiros.


 


Frei Betto e Suplicy chegaram ao presídio por volta das 9h da manhã. Conversaram com Buzetto e com um dos diretores do CPP. Também deixaram livros para a biblioteca do local. O senador se ofereceu para ministrar a aula inaugural de Buzetto, que é professor na Fundação Santo André, na quinta-feira, dia 15, sugestão prontamente aceita pela reitoria da Universidade.


 


A situação jurídica dos presos políticos do MST permanece inalterada. Os advogados aguardam o julgamento do pedido para que Magrão cumpra sua pena em regime aberto, já que ele tem direito à progressão penal.


 


Aguardam também um posicionamento do Ministro Joaquim Barbosa, do STF, sobre o caso de Buzetto. O Comitê de Defesa da Democracia e Liberdade aos Presos Políticos segue solicitando o envio de cartas sobre a questão ao Ministro.


 


Prisões Políticas
Os dois membros do MST que se encontram presos em São Paulo são vítimas da repressão imposta pelo Estado àqueles que ousam lutar por uma sociedade mais justa e igualitária. Buzetto e Magrão foram presos quando participavam de manifestações populares.


 


Buzetto é membro da direção estadual do MST-SP, professor universitário e leciona em duas universidades do ABC. Foi acusado de saque após participar de uma mobilização organizada pelas 800 famílias do acampamento Nova Canudos, em Porto Feliz, SP.


 


O processo contou inclusive com testemunhas plantadas pela acusação. Após ficar 28 dias na prisão, em 1999, Marcelo pôde responder ao processo em liberdade. Ano passado, foi condenado a seis anos e quatro meses de prisão em regime semi-aberto, cumprindo a pena em regime domiciliar até que surgisse uma vaga.


 


Apesar de contar com um recurso em análise no STF, Buzetto foi detido no dia 19 de janeiro, quando compareceu ao Fórum para assinar sua carteira, sob alegação de ter surgido uma vaga no regime semi-aberto. Após alguns dias no distrito policial de São Caetano, ele foi transferido para o CPP de São Miguel Paulista, onde permanece até hoje.


 


Mesmo tendo direito a cumprir sua pena em regime semi-aberto, ele se encontra em regime semi-fechado, sem autorização a realizar trabalho externo e em cela comum, apesar de sua formação superior.


 


A situação de Magrão


Benedito Ismael Alves Cardoso, conhecido como Magrão, Sem Terra acampado em Iaras, interior de São Paulo, foi preso com outros trabalhadores ao participar de uma manifestação em um pedágio da rodovia Castello Branco, em Boituva, em novembro de 1999.


 


Após permanecer por um ano e um mês encarcerado em diversos presídios do estado de SP, Benedito e mais cinco trabalhadores foram libertados com a possibilidade de responder ao processo em liberdade. Em 2005 foram condenados a 5 anos e oito meses de prisão em regime semi-aberto.


 


Em setembro de 2006, Benedito foi preso e levado para a Cadeia Pública de Pinheiros, onde está atualmente. Sua prisão é irregular, já que esta cadeia destina-se aqueles que cumprem pena ou aguardam sentença em regime fechado. Benedito deveria cumprir sua pena em regime aberto, já que pelo tempo em que permaneceu na cadeia, tem direito à progressão penal.


 


Moções e apelos de solidariedade a Marcelo podem ser enviadas para clautto@hotmail.com e para o Ministério da Justiça (Ministério da Justiça – Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Ed. sede, CEP 70064-900 Brasília-DF Fone: (61) 3429.3000).


 


Veja aqui sugestão de carta de solidariedade à Marcelo Buzetto.