Evo chega nesta quarta ao Brasil para discutir preço do gás

O presidente da Bolívia, Evo Morales, chega nesta quarta-feira (14/2) ao Brasil para se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e discutir sobre assuntos de uma “agenda em aberto”, que inclui um novo preço para o gás boliviano.

O vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais boliviano, Sacha Llorenti, confirmou na noite de terça-feira, no palácio de governo, que Evo partiria ao Brasil acompanhado por uma equipe de ministros, entre eles o de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas.



A visita havia sido posta em dúvida nas últimas horas pelo chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, que afirmou que a viagem oficial estava condicionada a obter avanços nas negociações sobre o preço do gás com o Brasil.



Apesar não ter confirmado a existência de um acordo a respeito da discussão sobre o preço do gás, Llorenti reiterou que a viagem vai acontecer e que o encontro entre Evo e Lula tem uma agenda “completamente aberta”. Ainda assim, segundo ele, “um dos temas é o preço do gás”.



Disputa
Evo tenta convencer o Brasil a pagar US$ 5,00 por milhão de unidade de medida térmica (BTU) pelo combustível que recebem o Estado de São Paulo e a cidade de Cuiabá, no Mato Grosso.



A Bolívia vende a São Paulo cerca de 27 milhões de metros cúbicos diários de gás a US$ 4,00 por milhão de BTU e a Cuiabá 1,5 milhão de metros cúbicos por dia a US$ 1,09.



No entanto, durante vários meses de negociações, o governo brasileiro e a estatal Petrobras rejeitaram reiteradamente a possibilidade de um aumento no custo pago pelo gás importado da Bolívia.



O vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, destacou ontem que existem argumentos técnicos, financeiros e econômicos que justificam uma elevação da tarifa do hidrocarboneto.



“Hoje, amanhã, em um mês, em dois meses, em seis meses continuaremos mostrando, justificando e pedindo que aumente este preço”, disse nesta terça-feira García Linera.



No último domingo (11), Evo disse ter certeza de que “o companheiro Lula do Brasil não pode permitir este tipo de política: uma subvenção de um país subdesenvolvido a um país industrializado”.