Conheça o Sr. Kaiser: o trabalhador que o prefeito Kassab chamou de vagabundo

Kaiser Paiva ficou conhecido na última semana ao passar por uma situação constrangedora: ele tentou abordar o prefeito em um hospital para falar sobre a lei que proíbe outdoors na cidade. Foi expulso aos gritos de “vagabundo”.

 


Pai de família, trabalhador, brasileiro. Este é o homem que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, chamou de “vagabundo”.


 


Kaiser Paiva tem 47 anos e aprendeu o que era responsabilidade cedo. Com a morte da mãe, passou a tomar conta dos irmãos mais novos. Aos 18 anos trabalhava nos Correios e à noite fazia cursos de serigrafia e desenho. Tinha o sonho de montar um negócio.


 


Sonho que se realizou em 1987, quando Paiva montou uma pequena serigrafia. Quando a mulher ficou grávida de Samuel, hoje com sete anos, levou a oficina para o quintal da casa. Ele hoje divide o tempo entre o trabalho e a família.


 


Kaiser Paiva mora no bairro de Pirituba há oito anos e os vizinhos têm opiniões semelhantes sobre ele. “Eu conheço seu Kaiser há uns 8 anos. É uma pessoa boa”, afirma o mecânico Givaldo Silva.


 


“É uma pessoa boa, está sempre trabalhando e cuidando da família”, concorda o pizzaiolo Luiz dos Santos, que também é vizinho do Sr. Kaiser.


 


Kaiser Paiva ficou conhecido na última semana ao passar por uma situação constrangedora: ele tentou abordar o prefeito em um hospital para falar sobre a lei que proíbe outdoors na cidade. Foi expulso aos gritos de “vagabundo”.


 


Quem conhece o Sr. Kaiser, como o corretor de imóveis Willian Chichetti, vagabundo é algo que certamente ele não é. “Vagabundo é uma gíria que a gente usa para falar de bandido, coisa que ele não é, é um trabalhador honesto”, diz o vizinho.


 


Paiva ainda está abalado com o episódio. “O que foi falado foi muito forte, atingiu na alma”, afirma. No entanto ele diz que ainda não decidiu se irá processar o prefeito.


 


A lei que proíbe os outdoors na cidade passou a vigorar no final de 2006 e esvaziou a oficina de Paiva. “Mas eu vou me virar, vou encontrar uma saída”, acredita.


 


Fonte: Conversa Afiada