Em festa apagada, petistas de SP comemoram os 27 anos do PT

Sem a presença de suas principais estrelas, os diretórios paulista e paulistano do Partido dos Trabalhadores (PT) comemoraram nesta sexta-feira (9) o aniversário de 27 anos da fundação da legenda em um evento simples, sob as lonas da Escola Brasileira

A Escola Brasileira de Circo forma palhaços, mágicos e trapezistas, mas também aluga o espaço para festas de empresas e instituições. De acordo com a assessoria da empresa, no ano passado o espaço sediou eventos do deputado federal José Genoino e do deputado estadual Vicente Cândido, onde estiveram presentes também os ex-ministros José Dirceu e Ricardo Berzoini.


 


A festa desta sexta-feira, que custou R$ 6 mil aos cofres dos diretórios paulista e paulistano, foi ofuscada pela decisão da executiva nacional do partido, que preferiu realizar a comemoração oficial em Salvador, na Bahia, onde o petista Jacques Wagner ganhou as eleições para o governo do Estado.


 


O presidente do PT paulistano, Paulo Fiorilo disse que este foi o principal motivo para a ausência de lideranças no evento em São Paulo. No picadeiro, ele anunciou ironicamente a apresentação da banda baiana Matraca Loka, como forma de compensar os paulistas pela transferência da comemoração. “O PT resolveu fazer a festa lá, mas nós resolvemos trazer a banda para tocar aqui”, afirmou.


 


Nos discursos do ato político, os petistas evitaram temas espinhosos como a refundação do partido ou o processo de anistia pleiteado por José Dirceu. Fiorilo limitou-se a dizer aos militantes que “o grande desafio do PT é mostrar a força do partido em cada bairro”, e pregou oposição ao prefeito Gilberto kassab (PFL) que segundo ele representa “um governo higienista, que não têm prioridade e que chama trabalhador de vagabundo.”


 


Derrotado nas últimas eleições, apesar de ter angariado 52 mil votos, Henrique Pacheco foi o único deputado estadual a subir no palco. “Um partido não se constrói com generais ou cardeais. Está aqui o Mané da Jóia para mostrar que isso é verdade”, afirmou.


 


O vereador Francisco das Chagas Francilino falou em nome dos colegas, Antônio Donato Madormo e Senival Moura. “O PT precisa ajudar o presidente Lula  não apenas a governar, mas também dar uma conotação política ao seu governo”, afirmou.


 


Militante da Articulação de Esquerda, Marluce Sampaio Soares, 50 anos, aproveitou a festa para vender assinaturas de revista de esquerda, artesanato e broches com estampas de Karl Marx, Josef Stálin e Leon Trotski, a R$ 2 cada. “Quem compra um não leva o outro”, brincou. Os souvenires mais procuradas, no entanto, são Che Guevara, arco-íris do movimento gay e símbolos do movimento negro.


 


Animados pela axé music e pela cerveja, os militantes entraram a madrugada dançando e quando a vocalista provocava, perguntando se havia alguém cansado na platéia, a reposta era um sonoro não. A cena fez um dos convidados – militante cinquentão – lembrar de 27 anos atrás, quando ele mesmo ainda era estudante e “quando o PT reunia pouca gente, mas a festa era animada”.


Fonte: G1