Bancários protestam contra mudança no estatuto da Nossa Caixa

No dia 10 de janeiro, foi aprovada pelo novo Conselho de Administração uma proposta de mudança no estatuto do banco público que possibilitaria a contratação de dois “consultores especiais” para o novo presidente do banco. Esses novos funcionários, em cargos em comissão, poderiam ser contratados sem concurso e demitidos a qualquer momento e sem a necessidade de uma razão para tanto.

O Sindicato apurou que a decisão teria sido uma exigência do novo secretário da Fazenda de José Serra, Mauro Ricardo Machado Costa. “Os trabalhadores e os sindicatos conseguiram acabar com a prática da nefasta influência de interesses políticos dentro da Nossa Caixa há mais de 20 anos e, desde então, todos os funcionários do banco são concursados. Não queremos que esse passado sombrio seja desenterrado”, afirma a diretora do Sindicato Raquel Kacelnikas.

Precedente
Raquel acha que a mudança no estatuto pode abrir um perigoso precedente, que pode significar desemprego e controle político de cargos no banco. “A mudança valeria, a princípio, apenas para dois ditos ‘consultores’. Mas essa decisão pode abrir um precedente que colocará em risco o emprego de todos. A Nossa Caixa é o único banco público do estado e tem responsabilidade com desenvolvimento econômico e social de São Paulo, não pode virar cabide de emprego e nem sofrer pressões políticas”, afirma.

Uma das maneiras de frear o desmonte na Nossa Caixa é escolher um representante dos trabalhadores nas eleições para o Corep (Conselheiro Representante), que acontecem no dia 27 de fevereiro. Elias Maalouf é candidato que tem ao seu lado apoios de diversas entidades, incluindo o Sindicato. Diretor da Fetec-CUT/SP, ele terá como assistentes Raquel e Sabóia, na luta por autonomia e defesa dos interesses dos funcionários. O Conselheiro é, na prática, a voz dos bancários dentro do Conselho de Administração da Nossa Caixa.