Correa diz que Parlamento deve apagar o incêndio que acendeu

O presidente equatoriano, Rafael Correa, afirmou nesta terça-feira (30/1) que o Congresso deve apagar o incêndio que acendeu no país, ao impedir a agilização da convocação de um referendo para instaurar uma Assembléia Constituinte com plenos poderes.

Correa condenou os incidentes violentos na sede do Parlamento, invadida por dezenas de manifestantes que exigiram a consulta popular e a Constituinte, defendidas pelo governo.



''É muito fácil que alguém tenha se infiltrado na manifestação para criar o caos. Isso é brincar com fogo, como admitiu o próprio presidente do Congresso, Jorge Cevallos'', disse Correa aos jornalistas. O presidente acrescentou que ''cabe a eles (os deputados), que iniciaram o incêndio, apagar o fogo''.



O governo, insistiu Correa, tomará as medidas necessárias para realizar a consulta popular convocada para 18 de março. Mas o Tribunal Superior Eleitoral aguarda a decisão do Congresso para tramitar o plebiscito.



''Esperaremos os prazos de lei e, a seu devido tempo, o governo responderá'', afirmou Correa, que não descartou a criação de um Tribunal Eleitoral especial.



Diante do ambiente de instabilidade e violência no país, Correa disse temer pela sua própria segurança. ''Certamente temo pela minha vida e pela minha família. Mas sabíamos o que estávamos fazendo e que não seria fácil. Estamos dispostos a cumprir o mandato popular a qualquer custo'', concluiu.