Amazônia legal perdeu 13,3% de sua floresta

O desmatamento já atinge 13,3% da área da Amazônia Legal ou 665.944,80 quilômetros quadrados, segundo cálculos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O tamanho da área desmatada é equivalente a quase três vezes o estado de São Paulo ou

Os cálculos do instituto foram realizados a partir do mapeamento da Amazônia Legal, que inclui dados sobre a rede urbana regional, logística do território, fronteiras agropecuária e mineral, entre outros.



Em 2005, houve uma queda no ritmo de desmatamento de 31%. A taxa de desmatamento, de 18.793 quilômetros quadrados, é a menor desde 2001, de acordo com dados do instituto.



A queda, no entanto, não foi uniforme. Estados como Roraima registraram um recuo de 51% no ritmo de desflorestamento, mas no Maranhão houve alta de 22% e no Tocantins, de 72%, em razão do aumento do cultivo da soja.



A Amazônia é a região compreendida pela bacia do rio Amazonas, formada por 25 mil quilômetros de rios navegáveis, com cerca de 6,9 milhões de quilômetros quadrados. Desse total, 3,8 milhões de quilômetros quadrados estão no Brasil.



Já a Amazônia Legal foi definida no artigo 2 da lei nº 5.173, de outubro de 1966, e abrange os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, parte do Maranhão e cinco municípios de Goiás. Ela representa 59% do território nacional e inclui 775 municípios que concentram 12,32% da população.



O IBGE listou ainda os dez municípios com maior área desmatada. São Félix do Xingu, no Pará, aparece em primeiro lugar com 13.597,6 quilômetros quadrados. Paragominas, no Pará, aparece em segundo lugar com 8.494,9 quilômetros quadrados. Dos dez municípios listados, seis estão no Pará.



De acordo com o IBGE, Rondônia é o Estado com maior percentual de área desmatada em relação ao território (28,5%). As principais causas do desmatamento na Amazônia são o crescimento da população, em razão da migração estimulada pelo governo, o crescimento da indústria madeireira, aliado à ampliação da rede viária, e as queimadas realizadas para manejo de pastagens e áreas agrícolas.



Ordenamento
A coleção de dez novos mapas lançada pelo instituto permitiu a elaboração de um mapa integrado de zoneamento ecológico-econômico dos Estados da Amazônia Legal. Esse mapa deverá ter caráter normativo e será usado para para indicar alternativas de uso sustentável dos recursos naturais.



Ele separa as áreas com estrutura produtiva definida, as que precisam ser recuperadas e as protegidas. Segundo o MMA (Ministério do Meio Ambiente), cerca de 30% da área da Amazônia Legal é composta por unidades de conservação.



Até agora, a lei só permitia ao ministério trabalhar com mapas na escala de 1 para 250 mil, do zoneamento feito pelos Estados. A idéia agora é trabalhar com escalas diferentes (menor resolução) para baratear o zoneamento no país. Além disso, o ministério pretende harmonizar as políticas públicas de acordo com a escala de zoneamento. Projetos que exijam maior precisão serão analisados em mapas mais detalhados.



“Vamos completar o zoneamento do Brasil porque vai ficar mais barato e adequado ao que os Estados fazem. Teremos um zoneamento útil para o gestor público, que poderá consultá-lo para verificar a viabilidade de projetos. O crédito público e o privado vão se orientar por isso”, disse ontem o secretário de Desenvolvimento Sustentável do MMA, Gilney Vianna.