Chávez quer referendo para nova Constituição ainda em 2007

O presidente venezuelano Hugo Chávez disse nesta quarta-feira (17/1) que pretende convocar no segundo semestre de 2007 um referendo sobre a reforma constitucional, com o intuito de acelerar a instauração do socialismo no país.

Chávez também revelou que pediu à Assembléia Nacional poderes especiais por um ano e meio para decretar leis.



O presidente deu posse aos membros da Comissão para a Reforma da Constituição e do Conselho Presidencial do Poder Comunal, que servirão “para a ativação dos motores da transição” para o socialismo, como a reforma constitucional, a concessão de poderes especiais ao Executivo e a “transferência do poder ao povo” organizado em Conselhos Comunais.



O chefe do Estado disse que o “motor constituinte da reforma constitucional” é uma “necessidade devido às novas situações” desde a promulgação da Constituição Bolivariana de 1999.



Entre as reformas constitucionais propostas até agora por Chávez, estão a reeleição presidencial indefinida e a modificação de artigos sobre as atividades petrolíferas.



A Constituição Bolivariana foi redigida por uma Assembléia Nacional Constituinte em 1999 e aprovada em referendo popular em dezembro do mesmo ano.



Aceleração das reformas
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o deputado chavista Juan Carlos Dugarte defendeu a reforma constitucional e as mudanças desejadas pelo presidente venezuelano.



“O social é o mais importante para a revolução bolivariana. Cristo praticava a solidariedade, o amor, valores que se perderam no mundo. Queremos resgatá-los. Bolívar também é inspirador para o que queremos construir. Ele era cristão convicto, fiel. Suas idéias não receberam esse nome naquela época, mas já eram socialistas”, afirmou.



Dugarte disse também que o chamado “socialismo do século 21” é algo que ainda está em construção, cujos detalhes serão formulados na prática, pelo povo venezuelano. “As novas leis são contra o capitalismo, contra o neoliberalismo. Queremos um novo sistema econômico, que chamamos de socialismo do século 21, mas que está em construção. Estamos inventando-o, com base na solidariedade. Queremos levar o poder ao povo, levar as comunidades ao poder. Elas decidirão como os orçamentos se gastam”, disse.



Da redação, com agências