Aliados de Aldo contabilizam o apoio de 225 deputados

A aparente vantagem do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) na corrida pela presidência da Câmara, com o apoio de partidos como o PMDB, PSDB e o PT, não assusta os aliados do candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Em jantar na residência do presiden

Os parlamentares pró-Aldo também apostam que ele poderá levar vantagem sobre o petista com o lançamento do candidato da terceira via na disputa. Os aliados de Aldo avaliam que os cerca de 60 a 70 deputados ainda indecisos poderão migrar os votos para o terceiro candidato, forçando o segundo turno entre Aldo e Chinaglia. No momento da decisão, os deputados pró-Aldo acreditam que os indecisos vão decidir por repassar os votos para o atual presidente da Câmara.



“Essa eleição vai se definir nos últimos dias, vai ser uma disputa emocionante. Os indefinidos podem ir para o Aldo, já que o perfil da candidatura dele agrega mais que conceder ainda mais poder ao PT”, disse o líder do PSB, deputado Renato Casagrande (ES).



Além dos indecisos, os aliados de Aldo contam com votos de possíveis dissidentes do PSDB e do PMDB. Segundo Casagrande, Aldo possui o apoio de diversos parlamentares dos dois partidos – o que também o fortalece na disputa. “O debate interno dentro do PSDB anulou o efeito positivo do anúncio da candidatura pró-Arlindo. O debate no PMDB continua, o processo está em constante mutação e essas eleições se aproximam do Aldo”, avaliou Casagrande.



O presidente da Casa também conta com o apoio quase integral do PFL, o que, na opinião de aliados de Aldo, neutraliza uma possível adesão em massa do PMDB à candidatura petista. O deputado ainda espera receber parte do apoio do PP, que define nesta quarta-feira quem vai apoiar na disputa.



Críticas a Chinaglia
Antes do jantar, Aldo participou da cerimônia de posse da nova diretoria do Sebrae. Em seu discurso, durante a solenidade, o atual presidente da Câmara confrontou sua candidatura à de Chinaglia, atacando a estratégia adotada pelo adversário.



“A presidência da Câmara tem que compor uma agenda para o país e não ser eleita a partir de acordos regionais em torno de assembléias legislativas, por exemplo, de composições ou de promessas ministeriais”, criticou.



Apesar dos ataques incisivos, Aldo poupou o presidente Lula e disse não acreditar que ele vá “tomar partido numa eleição que sabe ser de um poder diferente” . Ele acredita que Lula tem uma relação de respeito com a Casa e com os próprios candidatos. Sobre a suposta interferência do ministro da articulação política, Tarso Genro, no processo, Aldo foi lacônico. “É um direito do Tarso Genro, como dirigente do partido, tomar posição”, afirmou.



Aldo disse ainda que a disputa contra Chinaglia não é pessoal nem partidária, mas de idéias e projetos: “Tenho amizade por Chinaglia. PT e PCdoB são aliados antigos. O que está em jogo é o que a Câmara representa para o Brasil neste momento complexo em que o país enfrentará desafios importantes”, concluiu.



Da redação, com agências