Chávez ratifica compromisso de levar Venezuela ao socialismo

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tomou posse nesta quarta-feira (10/1), em Caracas, e ratificou, durante seu juramento, que irá levar com passo firme o país a um novo modelo socialista, que implicará reformas radicais. ''Pátria, socialismo ou morte

A posse de Chávez ocorreu em um momento em que boa parte do mundo olha com expectativa para a Venezuela. Desde o início de dezembro, quando obteve cerca de 63% dos votos nas eleições e garantiu sua reeleição, o presidente vem anunciando algumas medidas que irá implementar neste terceiro mandato.



No discurso que seguiu a posse, Chávez reafirmou que seu principal objetivo até 2013 é construir uma Venezuela socialista. ''Eu não tenho a menor dúvida de que [o socialismo] é o único caminho para a redenção de nosso povo e a salvação de nossa Pátria-mãe'', disse.



Segundo ele, o socialismo é o único caminho para garantir o bem estar ''não apenas da Venezuela, mas do mundo todo''.



Nacionalização
O projeto socialista de Chávez prevê a nacionalização de empresas que foram privatizadas no início da última década do século 20 e de outras que, sendo privadas em sua origem, controlam setores que Chávez considera estratégicos para a soberania e a segurança do país.



É o caso da Companhia Anônima Nacional Telefones da Venezuela (CanTV), privatizada em 1991, de empresas geradoras e provedores de eletricidade e de algumas áreas controladas por multinacionais do petróleo na faixa do Orinoco, segundo disse o próprio presidente ontem.



Na primeira fase, de transição ao socialismo, também será empreendida, segundo Chávez, uma profunda revisão da Constituição e uma atualização de leis como o ''Código de Comércio''.



Chávez também anunciou que o Banco Central da Venezuela (BCV), órgão emissor do país, deixará de ser autônomo do Executivo para se tornar uma das peças fundamentais de sua política econômica.



Os mercados financeiros reagiram mal às mudanças anunciadas por Chávez. A Bolsa perdeu quase um quinto do seu valor na terça-feira, os títulos da dívida caíram a seu menor valor em seis semanas, e a moeda local foi vendida a quase o dobro da taxa oficial.



Cerimonial
Os atos solenes tiveram início pela manhã, com a colocação de uma coroa de flores no túmulo de Simón Bolívar (1783-1830), líder da independência dos países andinos, em Caracas.



Após o ato no Panteão Nacional, Chávez seguiu para o Palácio Legislativo para atender a uma cerimônia com a presença de integrantes do Gabinete Executivo e de representantes dos poderes Executivo, Legislativo, Judicial, e Eleitoral, além de diplomatas.



Em seguida, o chefe de Estado se dirigiu à sede a Assembléia Nacional onde foi conduzido até o Salão Protocolar, para as honras a Chávez e a entoação do Hino Nacional. O secretário da Assembléia Nacional leu então a ordem do dia e colocou a faixa presidencial em Chávez.



Logo depois, ele foi juramentado diante da Constituição da República Bolivariana da Venezuela. e fez um discurso ao povo venezuelano, transmitido em cadeia nacional de rádio e TV.



Após a posse, Chávez viajou para Manágua para assistir hoje à posse do presidente nicaragüense, Daniel Ortega.



Da redação, com agências