Lula quer base unida na Câmara até dia 20 para testar coalizão

Em audiência com o governador de Mato Grosso, André Puccineli (PMDB), e 11 deputados peemedebistas da região Centro-Oeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que as eleições para a presidência da Câmara serão o “grande te

De acordo com o relato do governador e dos deputados Nelson Trad (MT) e Carlos Bezerra (MT), Lula quer que até 20 de janeiro, nove dias antes das eleições, os partidos da coalizão unifiquem as candidaturas do presidente atual, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e seu concorrente Arlindo Chinaglia (PT-SP).


 


“O grande teste da coalizão é agora”, disse Puccineli a jornalistas. “O concubinato é reconhecido legalmente ou vamos para um casamento (entre os partidos) de véu e grinalda, de fato e direito?” Nelson Trad acrescentou que Lula está preocupado porque a divisão da base entre dois candidatos pode levar a um resultado surpreendente, como foi a vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE), em fevereiro de 2005. Segundo Trad, Lula considerou essa possibilidade “um desastre”.


 


“A expressão do presidente foi essa: a eleição do Severino constituiu um desastre para o conceito de afirmação do parlamento. A preocupação dele e de todos é não sofrermos novamente um tropeço e um desastre”, relatou Trad.


 


Depois das entrevistas dos peemedebistas, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que a divisão “pode potencializar uma outra candidatura”, mas não concordou que a coalizão esteja formalmente ameaçada.


 


“Se vai ser um teste da coalizão, isso vai depender dos presidentes dos partidos. Pretendo ouvi-los na próxima semana para saber se eles colocam a eleição da Câmara como tema constituinte da coalizão”, disse Genro a jornalistas.


 


O ministro disse que levou Aldo e Arlindo para conversar separadamente com Lula, na quarta-feira, mas que o presidente apenas “ouviu os argumentos” de cada um e “não emitiu nenhum juízo de valor”.


 


Tarso Genro disse que o Planalto não quer atuar “como árbitro, mas como mediador político” entre os dois candidatos da base. Ele não explicou por que o prazo dado por Lula para um entendimento vai até o dia 20.


 


“Digamos que é um prazo metafísico,” disse o ministro.


 


Fonte: Reuters