FBI libera documentos que revelam maus-tratos em Guantánamo

O FBI publicou na última segunda-feira (1º1) documentos que revelam maus-tratos a detentos na prisão militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba.

Em 2004, a polícia perguntou a 500 agentes enviados a Guantánamo se haviam testemunhado maus-tratos a detentos e obtiveram 26 respostas afirmativas. Os documentos, que eram confidenciais, foram levados a público por meio de um procedimento judicial.



As acusações feitas pelos agentes mostram que militares utilizam principalmente a religião para humilhar os detentos muçulmanos. Segundo os relatos do FBI, soldados e investigadores chutaram e pisaram no Corão e, em um caso, borrifaram urina sobre o livro, considerado sagrado para boa parte dos prisioneiros.



Outros relatos incluem provocações sexuais, manutenção de prisioneiros acordados por longos períodos e até um “batismo” de um muçulmano protagonizado por um militar.



Providências
O Departamento da Defesa norte-americano afirmou que não tomará nenhuma atitude em relação às acusações contidas nos novos documentos, pois elas já foram “profundamente investigadas” e “repreendidas”.



Um porta-voz do Pentágono, Joe Carpenter, afirmou que o conteúdo dos documentos publicados pelo FBI “não é novo”. “O procedimento do Departamento da Defesa é claro -nós tratamos os detentos humanamente”, afirmou Carpenter.



Alguns militares disseram a agentes do FBI que as técnicas de interrogatório haviam sido aprovadas pelo próprio Departamento da Defesa.



Atualmente, segundo informações de entidades de direitos humanos, há cerca de 660 prisioneiros em Guantánamo. Há denúncias de que, entre eles, existem adolescentes de 15 anos e idosos septuagenários.



Da redação, com agências