Chávez renova gabinete e substitui o vice José Vicente Rangel

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, nomeou um novo vice, um ministro das Finanças e um ministro da Justiça, acomodando novos aliados no governo. Não houve mudança no importante Ministério do Petróleo, que continua sob o comando de Rafael Ramírez.

Em ligação telefônica efetuada na quarta-feira à noite à emissora estatal de televisão “VTV”, Chávez também confirmou Rafael Ramírez como ministro da Energia e Petróleo e presidente da estatal Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA). “O dia 3 de dezembro foi o ponto de início (…) da nova era que me obriga a tomar decisões para revigorar e refrescar a equipe” governamental, disse o presidente venezuelano na ligação.


 


 


Além destas mudanças, Rodrigo Cabezas, presidente da Comissão de Finanças do Congresso, disse à Reuters na quinta-feira que substituirá Nelson Merentes na pasta econômica. Terá pela frente um forte aumento da liquidez e uma inflação anual de 17 por cento, provocados em parte pelos generosos gastos sociais do governo, os quais Cabeza defende.


 


 


Merentes disse que passará a ser um dos diretores do Banco Central. “Essas mudanças revelam uma intenção do presidente de forjar um governo muito mais homogêneo e linha-dura”, disse o analista político de oposição Carlos Blanco à rádio Unión.


 


 


Uma semana após ser reeleito com quase dois terços dos votos, Chávez pediu aos colaboradores que colocassem seus cargos à disposição para que sejam feitos “ajustes para garantir maior eficácia e eficiência no Governo e na Administração” pública.


 


 


As mudanças, alertou o líder venezuelano, “não têm nada a ver com o fato de alguém ter fracassado ou não, que ninguém pense assim”.


 


  


“Falhamos em muitas coisas, mas eu me ponho em primeiro lugar: sou o primeiro responsável pelas falhas do Governo”, admitiu Chávez.


 


  


Entre as falhas, destacou a bronca pública que deu no vice-presidente Rangel e no ministro Chacón em 17 de dezembro, durante o ato oficial que lembrou o 176º aniversário da morte de Simón Bolívar, líder da independência de vários países latino-americanos.


 


 


Neste mesmo dia, dois representantes do Panamá entraram ao som do hino nacional da Bolívia, o que irritou bastante Chávez, que disse que erros como estes o deixam “cheio de vergonha”.


 


 


Chávez prometeu acelerar sua “revolução” de esquerda depois de ser reeleito com ampla margem, em dezembro. Uma das suas medidas foi unificar os partidos que o apóiam, o que para a imprensa conservadora foi visto como um prenúncio de um regime unipartidário, o que Chávez nega.