Lula admite mudar legislação para enfrentar facções criminosas

Ao ser perguntado sobre a necessidade de mudar as leis, Lula disse a jornalistas: “Temos que discutir, se for o caso, mudança na legislação. Não podemos permitir que alguém possa entrar no ônibus e tocar fogo para as pessoas morrerem.”

 

Na véspera, o presidente classificou como terrorismo a onda de violência que vem atingindo o Rio nos últimos dias.

 

“Você não pode tratar como crime comum gestos como aqueles que ocorreram em São Paulo e no Rio”, acrescentou o presidente nesta terça, após cerimônia no Palácio do Planalto.

 

Força Nacional no Rio

 

Também nesta terça, foi debatido o início a atuação das tropas da Força Nacional de Segurança (FNS) para reforçar o combate à criminalidade no Rio de Janeiro.

 

O presidente Lula disse que o assunto será tratado pelo novo governador Sérgio Cabral e pelo secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Correa, que viaja ainda hoje ao Rio. Eles deverão ter uma reunião nesta noite ou amanhã (3) de manhã.

 

Eles vão discutir se será necessária a vinda do efetivo da Força Nacional ao Rio. Já estava confirmada a participação das tropas da FNS no esquema de segurança dos Jogos Pan-americanos, que serão realizados na cidade em junho.

 

De acordo com secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, se ficar acertada o apoio das tropas, as autoridades ainda vão definir a maneira e os locais de atuação. “Com a chegada do secretário nacional, vamos avaliar tecnicamente a utilização e a necessidade, ou não, da Força Nacional”.

 

Beltrame, que assumiu o cargo na manhã de hoje, explicou que é preciso fazer um diagnóstico completo da situação e definir onde a Força Nacional pode atuar. “Temos que ter uma missão específica, lógica e objetiva para a atuação das tropas, que indiscutivelmente podem somar”, disse ele, após a solenidade de transmissão de cargo, na sede da Secretaria de Segurança Pública.

 

O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, pediu, ontem (1º), durante a cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoio ao governo federal com o envio da força federal.

 

Em discurso hoje, Beltrame prometeu dar uma resposta rápida à onda de violência que atingiu o Rio de Janeiro na semana passada. Ele disse que entre as primeiras medidas que vai tomar estão a relocação dos policiais nas ruas e o reforço do patrulhamento nas vias expressas, como as linhas Amarela e Vermelha. Segundo ele, o Estado precisa garantir a volta da visibilidade da segurança à sociedade, com a presença do policial nas ruas.

 

O governador Sérgio Cabral Filho, que presidiu a cerimônia de transmissão de cargo, reafirmou que a segurança será prioridade em sua gestão e que fará uma política de integração com estados vizinhos, municípios, Forças Armadas e governo federal. Cabral destacou também a necessidade de valorizar os profissionais da área de segurança.

 

“É fundamental prestigiar o servidor de segurança pública, o policial militar e o policial civil, fazendo com que ele perceba que para crescer em sua carreira profissional não precisa conhecer um deputado ou um vereador, mas exclusivamente da sua atuação profissional e da sua capacidade técnica”, afirmou o governador.

 

Fonte: Folha Online