Estudo mostra impacto de acidentes de trabalho na Previdência

Estudo mostra que os acidentes de trabalho têm forte impacto nos gastos da Previdência brasileira. Realizado por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) com apoio do Ministério da Saúde, o trabalho mostra que naquele estado, em 2000, 7,3% do

Embora regionais, os dados apontam para uma realidade de todo o país. “É uma amostra o que ocorre no estado da Bahia e situações semelhantes ocorrem em outros estados do Brasil”, aponta o coordenador da área de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Marco Antônio Gomes. Nos primeiros 15 dias após o trabalhador sofrer um acidente de trabalho os custos são pagos pela empresa onde ele trabalha. A partir desse período, ele passa a receber um benefício da Previdência Social que corresponde à cerca de 70% do salário do trabalhador.



Os acidentes de trabalho representam ainda perda de produtividade para as empresas. O estudo estima que no ano pesquisado foram perdidos aproximadamente meio milhão de dias de trabalho. Além disso, a ausência do trabalhador acidentado pode resultar em sobrecarga de trabalho para os que ficam, ou mesmo em investimento para treinar um substituto.



Prevenção
Uma parte significativa desses gastos pode ser evitada desde que sejam feitos investimentos em prevenção, de acordo com a pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, Vilma Souza Santana. “Se conseguíssemos reduzir em 80% os problemas de saúde dá para imaginar o impacto que teríamos nas contas em relação aos benefícios pagos. Temos que divulgar mais que o déficit da previdência pode também ser focalizado com a prevenção dos problemas de saúde”, afirma.



Os serviços de saúde também ficam mais sobrecarregados com os acidentes de trabalho, desde o atendimento de emergência até tratamentos mais prolongados motivados por seqüelas decorrentes dos acidentes. “A grande maioria dos acidentes de trabalho são atendidos pelo Sistema Único de Saúde”, conta Marco Antônio Gomes.



Além dos impactos econômicos avaliados pelo estudo, está a dimensão humana. “Medidas de prevenção de acidentes de trabalho se justificam pelas perdas humanas, incapacidades físicas e grande sofrimento às pessoas”, aponta o texto.