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Aprovação do piso regional gaúcho pode ser definida em março

Deputados estaduais e representantes das centrais sindicais se reuniram na última terça-feira (28/02), no Plenarinho da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, para discutir o salário mínimo regional. Um documento aprovado em conjunto, no encontro, p

Uma cópia do documento foi entregue ao presidente da Casa Civil, deputado Fernando Zácchia. Entre as reivindicações levadas pelos trabalhadores, está a da antecipação do debate para o mês de março. O objetivo é possibilitar sua implementação a partir de 1º de abril, a exemplo do que vem sendo feito com o salário mínimo nacional.


 


Representantes de CUT, CAT e Força Sindical propuseram a inclusão de novas categorias que não são contempladas em nenhuma faixa salarial. Do índice apontado pelas lideranças, 10,4% se refere à recuperação da defasagem acumulada nos anos anteriores. As centrais sindicais defendem também a criação de uma campanha de divulgação do mínimo e de um fórum permanente de negociação. O documento pede, ainda, o acompanhamento da Delegacia Regional do Trabalho na fiscalização da aplicação da lei.


 


O Rio Grande do Sul é pioneiro na implantação do salário mínimo regional. O piso salarial regional foi instituído em 2001, durante o governo Olívio Dutra (PT), e contempla as categorias de trabalhadores que não têm piso salarial definido em lei federal, convenção coletiva ou acordo coletivo. A base tem sido um importante instrumento para alavancar a remuneração da população de baixa renda, servindo de referência até para trabalhadores que atuam na informalidade.


 


De primeiro a último


 


O teto gaúcho possui quatro faixas, cada uma agregando um conjunto de categorias. Ao ser implantado, o salário mínimo gaúcho equivalia a 1,28 do mínimo nacional e era o mais elevado do país. Seis anos depois, com a política de valorização do mínimo pelo governo federal e a política de desvalorização do governo anterior (Germano Rigotto, do PMDB), o estado é o último na escala nacional.


 


“Se mantiverem esse ritmo, uma hora o salário vai ser extinto”, ironizou o deputado estadual Raul Carrion (PCdoB-RS), que também participou do encontro. O parlamentar considera grande a possibilidade de as exigências do grupo serem atendidas. Segundo ele, nos primeiros anos da aplicação do salário mínimo, houve um crescimento expressivo da economia gaúcha. “Por esse motivo, o governo não poderá vetar o índice”, afirma Carrion. “Não existe nenhuma correlação de que o aumento do mínimo regional resulte em crise.”


 


Ainda na opinião do deputado, a correção da defasagem é um direito a ser alcançado.”Sabemos que o quadro é desfavorável. Temos um governo de orientação neoliberal clara, que nem ao menos se preocupou em receber a comitiva que defende os direitos dos trabalhadores e a manutenção do mínimo regional.”


 


De São Paulo,


 


Diva Rodrigues