Brasil terá excedente de gás natural a partir de 2013

Em um prazo de apenas cinco anos, o Brasil deverá deixar a condição de país que enfrentará “situação de ajuste” no fornecimento de gás natural e passará à situação de país com excedente de oferta de gás natural. A previsão é da Empresa de Pesquisa Energét

Segundo números já divulgados pela EPE, o Brasil chegará a 2015 com uma oferta de gás natural de cerca de 152 milhões de metros cúbicos por dia, 24 milhões de metros cúbicos acima do consumo previsto para aquele ano – que é da ordem de 128 milhões de metros cúbicos por dia.



As informações foram dadas durante a Rio Oil & Gas, pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Ao fazer um balanço sobre a demanda e a oferta de gás no país para 2015, Tolmasquim apresentou estimativas que indicavam que a demanda no país passará de 60 milhões de metros cúbicos/dia, em 2006, para 128 milhões de metros cúbicos em 2015.



Segundo ele, as concessionárias de distribuição de gás natural deterão a maior fatia entre os demandantes: consumo de 60 milhões de metros cúbicos por dia, enquanto as usinas termelétricas responderão por um consumo de 47 milhões de metros cúbicos/dia. Já o consumo industrial da Petrobras, redirecionado principalmente nas refinarias, chegará a 21 milhões de metros cúbicos por dia.



A curva de oferta projetada pela EPE, e divulgada na ocasião, incluía, para 2015, o recebimento de 61 milhões de metros cúbicos/dia de campos já descobertos pela Petrobras no país, 36 milhões a partir de novas descobertas feitas em blocos já em exploração e 35 milhões de metros cúbicos por dia decorrentes das exportações – 30 milhões da Bolívia e 5 milhões da Argentina. Outros 20 milhões de metros cúbicos diários serão provenientes das duas unidades de  regaseificação (Plantas de Gás Natural Liquefeito – GNL), que a Petrobras instalará no Rio de Janeiro e no Ceará.



As conclusões da EPE, feitas a partir do estudo, são de que “fica evidenciada a existência das condições necessárias para a continuidade do crescimento da participação do gás natural na matriz energética brasileira”. Para a entidade, dois pilares devem marcar o comportamento deste setor no futuro: a flexibilidade no uso e a diversificação.