Argentina: Repressores da ditadura não serão anistiados

As opiniões a favor da continuação dos julgamentos e alertando, ao mesmo tempo, que voltaram os esquadrões paramilitares e parapoliciais na Argentina, foram divulgadas hoje poucas horas depois da libertação de Luis Gerez, um ex-militante da Juventude Peronista da década de 70, que permaneceu desaparecido de quarta à sexta-feira.

Gerez reapareceu uma hora depois do presidente Néstor Kircher ter dito, através da emissora nacional de rádio televisão – que utilizou pela segunda vez desde maio de 2003 – que não fará uma lei de anistia no país e responsabilizou paramilitares do seqüestro.

No entanto, ainda permanece desaparecido desde 18 de setembro Jorge Luis López, outro ex-militante da Juventude Peronista que foi testemunha de um julgamento contra um ex-repressor da ditadura, condenado à cadeia perpétua por crimes contra a humanidade.

Sem impunidade
Neste sábado, o chefe do Gabinete, Alberto Fernández, alertou que “grupos de paramilitares ou parapoliciais”, responsáveis pelos seqüestros de Gerez e López, têm um discurso semelhante ao de um setor muito vasto na política, que quer que o presidente deixe o passado e busque a reconciliação com os argentinos, garantindo a impunidade.

O ministro do Interior, Anibal Fernández, por sua parte, disse que “o presidente está muito certo e não aceitaremos cumplicidades ou impunidades e aquele que for condenado deverá cumprir sua sentença em uma prisão comum”.

No mesmo sentido, o Instituo Mobilizador de Fundos Cooperativos, que agrupa cooperativas argentinas, afirmou que o seqüestro de Gerez e o desaparecimento de López confirmam a “existência de forças ocultas que pretendem impor o medo, para evitar que o processo avance e os responsáveis sejam punidos”.

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