Chávez desafia TV privada “golpista” e não renova concessão

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta quinta-feira (28/12) que não deverá renovar a licença da segunda maior rede de televisão do país – a Rádio Caracas Televisão (RCTV) O motivo, segundo o presidente, é que a rede “golpista” não está “ser

Alinhadíssima com a oposição, a RCTV apoiou a fracassada greve nacional de 2003 contra Chávez. A licença atual da emissora vai expirar em março de 2007 – provável data de sua validade. Em sua mensagem de fim de ano a um grupo de militares, Chávez disse que o diretor da RCTV, Marcel Granier, “pensava que a concessão era eterna”.


 


“É melhor que vá arrumando suas malas e pensando no que vai fazer a partir de março”, aconselhou Chávez ao diretor. “Não haverá nova concessão para esse canal golpista chamado Rádio Caracas Televisão”. O presidente afirmou que o canal estava “a serviço de golpes contra a população, contra a nação, contra a independência nacional e contra a dignidade da República”.


 


Conforme correspondentes na Venezuela, este é o primeiro ato político significativo de Chávez desde que foi reeleito, no início do mês. A mídia opera na Venezuela com licenças concedidas pela Comissão Nacional de Telecomunicações, ligada ao Ministério de Infra-estrutura.


 


Uma rede direitista
Fundada em 1953, a RCTV é o mais antigo canal privado de televisão da Venezuela e o segundo em audiência. Tem sido um dos meios mais detratores do governo de Chávez e manteve sua linha dura mesmo depois do triunfo do presidente no referendo de 2004, quando outros canais suavizaram suas críticas.


 


Em sua primeira reação às declarações de Chávez, Granier disse ao canal de televisão Globovisión que o presidente estava “mal informado”. O diretor da RCTV afirmou que tem os documentos necessários para provar que a concessão do canal vence em 2022.


 


A decisão der Chávez acrescenta um novo capítulo ao conflito entre o governo venezuelano e a maioria dos meios privados de comunicação, subordinados às elites que fazem oposição ao presidente.