Brasília se prepara para a festa da posse

O recesso parlamentar do Congresso Nacional – que começou na sexta-feira (22) e vai até 2 de fevereiro de 2007, quando terá início a nova legislatura com os parlamentares eleitos em outubro deste ano – não esvaziou a Casa como ocorre todo ano. O prédio do Congresso se prepara para a sessão solene da posse do presidente Lula pelos parlamentares.

 

Os funcionários do serviço de limpeza aproveitam os corredores vazios para agilizar as mudanças. Eles fazem uma espécie de mini-reforma na Casa. O carpete do Congresso Nacional recebeu tratamento especial, assim como as cúpulas da Câmara do Deputados e do Senado Federal – que também passam por uma ''maquiagem'' para melhorar a imagem do parlamento na posse.

 

Do outro lado da rua, faltando apenas uma semana para a festa, o governo corre para deixar a Esplanada dos Ministérios e o Palácio do Planalto prontos para receber a população e os convidados do presidente.

 

Na última sexta-feira (22), teve início o trabalho de limpeza do Palácio do Planalto, especialmente da rampa. O espelho d´água do palácio foi reformado e funcionários trabalham na montagem do palco onde artistas farão apresentações culturais na posse.

 

Convidados

 

Cerca de 1.500 pessoas foram convidadas para a cerimônia. Só terão permissão para entrar no Palácio do Planalto os ministros, secretários-executivos, os chefes Legislativo e do Judiciário, governadores, uma comissão de prefeitos e os convidados pessoais do presidente Lula. O restante dos convidados ficará em frente ao palácio. A lista de convidados não inclui chefes de estado estrangeiros.

 

Participação popular

 

Os organizadores aguardam 50 mil pessoas, um terço do público registrado em 2003. A festa terá um caráter popular, seguindo determinação do presidente. Eles assistirão ao desfile do Presidente em carro aberto da catedral ao Congresso Nacional. Após a posse, ouvirão ao pronunciamento do Presidente na Praça dos Três Poderes, onde será montado um palco para o ato cultural que terá início após o discurso de Lula no parlatório do Palácio do Planalto, por volta das 19 horas.

 

Os artistas

 

Zezé di Camargo, Geraldo Azevedo, Jorge Aragão, Olodum e à bateria da Mangueira já confirmaram presença no show popular na festa da posse do presidente Lula. Os brasilienses Renato Matos, Célia Porto, Zé Mulato & Cassiano também estão entre os artistas que farão show para comemorar o segundo mandato de Lula. Os artistas não cobrarão cachê.

 

Gastos com a festa

 

O Palácio do Planalto detalhou nesta quarta-feira (27) os gastos com a festa da posse do presidente Lula. O governo irá destinar cerca de R$ 1,163 milhão para a solenidade. O maior custo será com o aluguel de cinco telões que serão espalhados pela Esplanada dos Ministérios, orçados em R$270 mil.

 

O Planalto disse que será um evento modesto, sem a participação de chefes de Estado de outros países e sem a posse de novos ministros. Apenas o presidente irá tomar posse em primeiro de janeiro.

 

Do valor que será destinado à posse, o governo irá gastar R$95 mil com a produção da festa, R$17 mil com camarins e tendas, R$19 mil com apoio à imprensa, R$77 mil com sonorização e iluminação, R$270 mil com telões, R$11 mil com banheiros químicos, R$160 mil com grades, R$48 mil com serviços de palco, buffet e transporte dos artistas, R$15 mil com hospedagem e alimentação, R$260 mil com impostos sobre serviços, R$50 mil de passagens e R$80 mil de extras.

 

Posse coletiva

 

O assessor especial da Presidência da República, Cézar Alvarez, anunciou que como o presidente ainda não definiu os nomes de todos os novos ministros, optou por adiar a posse da sua equipe, que deve ser coletiva. O novo ministério, segundo ele, só deve ser anunciado ''20, 30 dias após a posse do presidente''.

 

Conforme Alvarez, já que os ministros não têm mandato, o presidente não é obrigado a reempossá-los no dia 1° de janeiro. ''Não haverá posse de ministro. [Dia primeiro] será exclusivamente o pronunciamento do presidente'', disse.

 

Com essa decisão, o presidente Lula não dará seqüência à tradição de ser fotografado ao lado dos ministros após o discurso no parlatório. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quando assumiu o segundo mandato, em 1998, empossou os novos ministros.

 

Com agências