Contra onda de corrupção, PC chinês acelera “faxina política”

O alerta surge um dia depois de a mídia estatal informar que uma importante figura do partido, na próspera província de Shandong, havia sido afastada por problemas de conduta. É um desenvolvimento que se segue à expulsão de lideranças partidárias em outras partes do país.

A agência de notícias Xinhua informa que o Politburo do Comitê Central do partido avisou todos os filiados da agremiação que “o fenômeno da corrupção ainda é muito grave”. O informe detalha que a reunião do Politburo, presidida por Hu Jintao – que também é secretário-geral do partido e presidente da China – firmou o compromisso de “continuar na grande tarefa de combater a corrupção e conquistar um governo limpo”.

Rumo à Olimpíada
Nesta segunda-feira (25/12), por suposta corrupção, foi demitido o secretário-geral do Partido Comunista da China (PCCh) em Qingdao e ex-prefeito da cidade. Qingdao será sede das competições olímpicas de vela em 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

Du Shicheng, número dois na hierarquia comunista da cidade portuária, é acusado de “graves violações da disciplina”. Ele também perdeu o cargo de subsecretário-geral do Partido na província de Shandong, no leste do país – onde fica Qingdao.

Fontes do Comitê Organizador dos Jogos de Pequim (Bocog) asseguraram que o político não tinha relação direta com os preparativos para o evento – mas aguardam para saber se o dinheiro supostamente malversado por ele não vinha dos cofres olímpicos. Du ocupava o cargo desde junho de 2002 e dividiu até janeiro de 2003 a função com o cargo de prefeito.

Precedência
Não é o primeiro caso de corrupção que assola os preparativos aos Jogos. Neste ano, também foi demitido e expulso do PCCh o ex-supervisor de obras das instalações olímpicas, Liu Zhihua.

Liu é acusado de malversar uma quantia não revelada de fundos destinados aos preparativos para os Jogos Olímpicos de Pequim, cidade que gastará US$ 40 bilhões na construção de estádios e outras infra-estruturas para o evento.

Desde o ano passado, Pequim aplica medidas anticorrupção nos preparativos para os Jogos, tais como auditorias de despesas, escolha no último minuto dos analistas que decidirão a concessão de projetos (para reduzir os subornos) e ameaças de “listas negras” públicas a empresas corruptas.