Pentágono afirma que ocupação de países no Golfo será longa

Um aumento da força naval norte-americana no Golfo Pérsico não é resposta a nenhuma ação do Irã, mas uma mensagem a todos os países de que os Estados Unidos manterão sua presença regional “por um longo tempo”, afirmou na sexta-feira (22/12) o novo secretá

Na segunda-feira, uma programa de uma das emissoras oficiosas americanas, CBS News, especulou que o aumento naval teria por objetivo “desencorajar” o Irã de prosseguir com o seu projeto de programa nuclear energético e, de acordo com a mídia, “parar de apoiar as milícias xiitas do Iraque”.


 


“Não acho que seja uma resposta a nada que ninguém tenha feito”, disse Gates a repórteres durante uma visita de três dias ao Iraque.


 


“Acho que a mensagem que estamos enviando para todos, não só ao Irã, é que os Estados Unidos são uma presença duradoura nesta parte do mundo. Estamos lá há muito tempo. Estaremos lá por muito tempo e todos têm que lembrar disso — nossos amigos e aqueles que se consideram nossos adversários”, trovejou o novo secretário da Defesa dos EUA.


 


Difícil de executar


 


O exército dos EUA tem meio milhão de soldados, aos quais se somam os 350 mil efetivos da Guarda Nacional e outros 200 mil da reserva. Por sua vez, a infantaria da Marinha conta com 180 mil homens e mulheres em serviço ativo e outros 40 mil na Reserva. No total, os EUA têm 1,4 milhões de soldados na ativa, cerca de 33% menos que há 16 anos.


 


O problema é que os soldados americanos são caríssimos. Em 1989, quando os EUA tinham 2,1 milhões de militares, o gasto da Defesa dos EUA equivalia a 5,7% do PIB. Hoje, com 1,4 milhões, o orçamento do Pentágono — excluídas as ocupações de Iraque e Afeganistão — absorve 3,7% do PIB.


 


Em média, cada soldado custa ao contribuinte americano mais de 100 mil dólares anuais, sem contar o treinamento nem o soldo extra por ser enviado à ocupação. Dessa cifra, apenas 43% correspondem ao soldo do militar. O resto se deve a uma série de ajudas aos soldados, que fazem do Pentágono o verdadeiro Estado de Bem-Estar Social dos EUA.


 


Entre eles estão a assistência médica aos militares e às suas famílias, os descontos nas matrículas das Universidades — o general Abizaid, por exemplo, é Mestre pela Universidade de Harvard sem pagar nada do próprio bolso, tudo pago pelo Exército — e também a moradia, um capítulo que custa mais de 16 bilhões anualmente, valor que permite a construção de dois porta-aviões movidos a energia nuclear.


 


Muitos jovens americanos se alistam apenas para poder frequentar a Universidade. Como a possibilidade de terminar em Bagdá hoje é muito maior que num campus, o número de novos alistamentos caiu vertiginosamente.


 


Para contrabalançar isso, o Pentágono decidiu elevar a idade de entrada no Exército e reduzir os critérios físicos de seleção, aceitando de pessoas com problemas psicológicos até viciados em drogas para suprir a grande deficiência de novos recrutas.