CSC define rumos e pede filiação à Federação Sindical Mundial

Realizada em Brasília nos dias 6 e 7 de dezembro, a primeira reunião da Coordenação Nacional Ampliada da Corrente Sindical Classista (CSC) definiu as principais diretrizes do sindicalismo classista em 2007, destacando a luta por um novo projeto nacional d

A reunião resgatou a plataforma aprovada no 6º Encontro Nacional da CSC, incluindo mais um importante item, que é a exigência de democratização dos meios de comunicação.


 


Ao analisar a questão internacional, as lideranças classistas concluíram que é preciso priorizar a construção do Fórum Sindical das Américas, aprovado no 9º Concut (Congresso da Central Única dos Trabalhadores). Além disso, as federações por ramo, onde for possível, poderão se filiar às secretarias profissionais da Federação Sindical Mundial (FSM), contribuindo para sua reconstrução.


 


Nesta quarta-feira (20/12), o coordenador nacional da CSC, João Batista Lemos emitiu uma carta à FSM, cujo Conselho Presidencial realizará seu primeiro encontro. Na carta, a CSC reitera o desejo de se filiar à federação. Leia a íntegra da carta ao fim do texto.


 


Destaques da reunião
Ainda na reunião de Brasília, os classistas viram a necessidade de priorizar alguns eixos, que enumeramos abaixo:


 



1) Luta pelo cumprimento da meta anual de crescimento do PIB de pelo menos 5%, associada a metas de criação de emprego e formalização do mercado de trabalho;


 


2) Manutenção e ampliação dos direitos sociais;


 


3) Fortalecimento das entidades sindicais, ampliando a representação para os ramos, democratizando as eleições e gestões das entidades, instituindo o comitê sindical de base, entre outras medidas;


 


4) Elevação do nível de escolaridade destacando uma parte da jornada remunerada de trabalho para a educação;


 


5) Redução da jornada de trabalho sem redução de salários;


 


6) Repúdio ao hegemonismo.


 


A reunião também acentuou a necessidade de aprofundar a luta contra o hegemonismo na CUT, por uma central autônoma, unitária, democrática e de luta. Nesse sentido, cabe também ampliar as denúncias contra as fraudes e o aparelhismo em entidades sindicais filiadas à CUT, como as verificadas recentemente nas eleições do Sintergia-RJ, Sindsama (RJ) e Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda.


 


Unidade
Outro ponto destacado na reunião diz respeito ao imperativo de trabalhar pela mais ampla unidade na ação das centrais sindicais, assim como fortalecer as coordenações estaduais dos movimentos sociais (CMS).


 


Segundo a CSC, é uma forma de garantir uma correlação de forças mais favorável às lutas e de pressionar o governo no sentido das mudanças, mantendo a autonomia dos movimentos sociais.


 


Além de reiterar a necessidade de incentivar a formação dos quadros sindicais através do CES (Centro de Estudos Sindicais), a reunião sugeriu a realização de um seminário nacional para aprofundar o debate sobre o projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho.


 


Ficou convocada para março de 2007 uma nova reunião ampliada da Coordenação Nacional da CSC, que deve ser precedida por encontros estaduais e de ramos.


 


 


Confira a carta da CSC à Federação Sindical Mundial


 


 



Filiação à FSM



 


Aos membros do Conselho Presidencial da FSM


 


Ao companheiro George Mavrikos


 


Secretário-geral


 


Em função de compromissos políticos inadiáveis, não tenho condições de participar deste 1º Encontro do Conselho Presidencial da FSM e peço a compreensão das companheiras e dos companheiros para a ausência. Desejo expressar os votos de que a reunião seja coroada de êxito e estabeleça um plano de ação à altura dos desafios da luta da classe trabalhadora em 2007. Quero ainda reiterar o interesse e o requerimento de filiação da Corrente Sindical Classista (CSC) a esta Federação.


 


A CSC entende que o sucesso da luta contra o neoliberalismo e o imperialismo neste momento depende de uma ampla unidade da classe trabalhadora e do movimento sindical em escala internacional em torno de bandeiras e objetivos classistas, que devem contemplar a defesa dos direitos sociais, do pleno emprego, da soberania das nações e da integração solidária dos povos, em especial da nossa América Latina.


 


Estamos juntos no esforço pela renovação da nossa Federação Sindical Mundial, que se tornou mais urgente em função do avanço da resistência dos povos em todo o mundo contra o imperialismo e as políticas neoliberais impostas pelo capital. Alimentamos a perspectiva de transformar a FSM num poderoso instrumento da verdadeira unidade (sem hegemonismos e sem exclusões) a serviço da luta pela emancipação da classe trabalhadora, orientado por um horizonte socialista.


 


Que 2007 seja um ano repleto de conquistas e vitórias para a FSM e a classe trabalhadora em todo o mundo.


 


São Paulo, 20 de dezembro de 2006


 


João Batista Lemos


 


Coordenador Nacional da Corrente Sindical Classista