Manoel Rangel assume presidência da Ancine

A Ancine (Agência Nacional do Cinema) tem novo diretor-presidente. É o cineasta Manoel Rangel, que integra o Comitê Central do PCdoB. Sua nomeação foi feita na segunda-feira (18/12) pela Presidência da República – e vale até maio de 2009.

Aos 35 anos, Rangel vai substituir Gustavo Dahl, cujo mandato terminou no último sábado. Suas prioridades são a expansão do parque exibidor, o estímulo à produção independente de TV e o apoio à distribuição.


 


Segundo Rangel, apesar de ligeira queda de público, foram exibidos 60 filmes nacionais em 2006. A média, equivalente a 12% do mercado exibidor, deverá ser mantida, na avaliação do cineasta.


 


Planos
O novo presidente da Ancine está otimista. Conforme ele declarou à Folha de S.Paulo, a agência terá três diretrizes em sua gestão: ''Continuar o trabalho do Gustavo; trabalhar em parceria com a Secretaria do Audiovisual; e implantar o projeto do Fundo Setorial do Audiovisual, com as conquistas que ele representa''.


 


Além disso, Rangel crê que novos mecanismos de incentivo – como o Artigo 3.º A (que permite parcerias entre cinema e TV); e o mecanismo que substitui os benefícios da Lei Rouanet – poderão alavancar a área.


 


Sem rixas
Nascido em Brasília, em 2 de junho de 1971, Rangel se formou cineasta em 1995 pela USP. Iniciou, na mesma faculdade, o mestrado em Comunicação e Estética do Audiovisual. Sua filmografia, com grande teor social, inclui os curtas-metragens Retratos (1999), Vontade (2002) e O Pai (2004).


 


Embora egresso do cinema paulista – assim como o novo diretor da Ancine, Leopoldo Nunes -, Rangel não teme preconceitos entre estados. Ao contrário: acredita que não haverá recrudescimento da rivalidade entre São Paulo e Rio de Janeiro.


 


''Acho que a diretoria anterior (do carioca Dahl) primou pelo atendimento às necessidades do cinema brasileiro em todas as partes. Não havia esse tipo de problema – e continuará não havendo'', afirmou Rangel à Agência Estado.


 


Um currículo vistoso
Experiência para o cargo ele tem. Nos governos de Mário Covas e Geraldo Alckmin, presidiu a Associação Brasileira dos Documentaristas (1999/2001) e a Comissão Estadual de Cinema (2001/2002).


 


Já em Brasília, foi assessor da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (2003/2004) e assessor especial do ministro da pasta, Gilberto Gil (2004/2005). Passou, em seguida, a integrar a diretoria colegiada da Ancine.


 


Além de ter lutado em favor da criação da Ancinav (Agência Nacional do Audiovisual), Rangel foi um dos principais articuladores do projeto de lei do Fundo Setorial do Audiovisual. A medida prevê mais receitas para o setor, como a criação de um fundo, estimado em R$ 42 milhões para 2007.


 


Da juventude para Brasília
Rangel foi, de quebra, um destacado militante estudantil e político. Presidiu a Umes-Goiânia (1986/1987) e a Ubes (1988/1989 e 1989/1990). Integrou a coordenação nacional da UJS (1990/1997) e foi seu coordenador-geral (1992/1993).


 


No PCdoB-SP, foi membro da Comissão Política Estadual (1997/2003) e secretário de Comunicação e Propaganda (1997/2000) e de Ação Parlamentar e Institucional (2001/2003). O cineasta também é diretor de Cultura do IMG (Instituto Maurício Grabois).


 


 


Confira o texto do Diário Oficial da União que
oficializou a nomeação de Rangel na Ancine



 



MINISTÉRIO DA CULTURA


 


DECRETOS DE 15 DE DEZEMBRO DE 2006


 


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto nos arts. 8o, § 2o, da Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, e 5o da Estrutura Regimental da Agência Nacional do Cinema – ANCINE, aprovada pelo Decreto no 4.121, de 7 de fevereiro de 2002, resolve


 


N O M E A R


 


MANOEL RANGEL NETO, para exercer o cargo de Diretor-Presidente da Agência Nacional do Cinema – ANCINE, com mandato até 20 de maio de 2009.


 


Brasília, 15 de dezembro de 2006; 185o da Independência e 118 o da República.


 


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


 



O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso XIV, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 8o da Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, e 5o da Estrutura Regimental da Agência Nacional do Cinema – ANCINE, aprovada pelo Decreto no 4.121, de 7 de fevereiro de 2002, resolve


 


N O M E A R


 


LEOPOLDO NUNES DA SILVA FILHO, para exercer o cargo de Diretor da Agência Nacional do Cinema – ANCINE, com mandato de quatro anos.


 


Brasília, 15 de dezembro de 2006; 185o da Independência e 118 o da República.


 


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


 


Da Redação, com agências e portais