Caged: emprego cresceu quase 6% em 11 meses

Acumulado do ano, 5,93%, é maior do que o de 2005. Meta mensal de criação de 100 mil novos empregos formais é mantida em 2006. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, foram criados 1,54 milhão de posto

O país gerou 32.579 empregos formais em novembro, número superior ao verificado no mesmo mês do ano passado (13.831 postos), de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os números foram divulgados hoje pelo ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho.



Com os dados consolidados de novembro, os últimos 12 meses registram geração de 1.259.460 empregos com carteira assinada (4,78%), no período. Entre janeiro de 2003 e novembro de 2006, foram criados 4.968.869 postos celetistas.



“Nós estamos trabalhando para o crescimento do mercado de trabalho brasileiro, acrescentando a cada mês a meta de 100 mil empregos com vínculo formal. Temos um acumulado este ano acima do acumulado do ano passado e geramos, nos últimos doze meses, 70 mil postos a mais do que em 2005”, comentou o ministro.



Marinho acrescentou que a expectativa para o mês de dezembro é a de que se repita o desempenho do mesmo mês do ano passado. Historicamente, o último mês do ano é de ajuste, por já incluir as demissões no período posterior às férias. Ele acrescentou que 2006 deve fechar muito próximo ao resultado de 2005, em torno de 1,25 milhão de empregos celetistas.



O ministro preferiu não fazer projeções para os próximos anos, mas afirmou que o crescimento do PIB, se confirmado no patamar de 5%, repercutirá positivamente no mercado brasileiro. “Creio que, em 2007, nós teremos todas as condições de ter um crescimento maior do que tivemos em 2006”, avalia.



Ele acredita que o aumento seja mais significativo no segundo semestre do próximo ano e que os setores da Construção Civil, Saneamento, Infra-estrutura e a Indústria de Transformação impulsionem esse acréscimo. “O setor público deve ser indutor de investimento, contribuindo assim para que o setor privado também invista”.



Salários – O ministro Luiz Marinho ressaltou que a melhoria no mercado de trabalho não ocorre somente com relação ao número de novos empregos ou na redução da taxa de desemprego. Há, sobretudo, incremento da massa salarial, garante. 



“Em 2005, tivemos um crescimento da massa salarial da ordem de 8,1%, resultado do crescimento de 5,83% do número de empregos no ano de 2005, e também do rendimento médio 2,1% dos salários do país, o que atingiu todas as faixas. O mercado de trabalho no país vem crescendo e dando sustentabilidade para a retomada do crescimento da economia”, explicou.



Esse crescimento do emprego formal, entre 1999 e 2005, ocorreu, principalmente, na faixa de até três salários mínimos (39,1%), de acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). “É natural que assim seja, já que quando há aumento de produção, uma fábrica contrata pessoas para operar as máquinas, e não novos gerentes”, comenta.



A faixa de três a cinco salários mínimos teve aumento de 25,8%; de cinco a dez mínimos, de 18,4%; de dez a 20 salários, 16%; de 20 a 33, 12,5%; e a de mais de 33 salários, aumentou 22,7%.



Empregos – O Caged de novembro demonstra que, no acumulado do ano, de janeiro a novembro, houve crescimento de 5,93%, com a criação de 1.546.179 postos de trabalho no país, em comparação com igual período do ano passado (1.540.700 postos).  Em 2006, houve uma retomada no crescimento da Agricultura, da Indústria da Transformação, da Construção Civil, principalmente por meio dos incentivos do governo em moradia e obras públicas.



Na comparação do acumulado de janeiro a novembro deste ano, com o verificado em 2005, a Agricultura registrou aumento de 104.397 postos em 2006, superando o resultado no mesmo período do ano passado: 89.807 empregos.



O mesmo ocorreu na Indústria de Transformação que, em 2006, gerou 365.615 postos e, no ano passado, 280.820, o que representa aumento significativo de 30%. Na Construção Civil houve acréscimo de 121.642 postos em 2006 – o maior saldo do período da série histórica do Caged, contra 115.391 do ano anterior.



Já os setores Comércio e de Serviços, os de maior crescimento em novembro deste ano, apresentaram uma expansão mais modesta no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2005.  O Comércio contribuiu com 319.425 novos empregos, e 588.561 postos foram criados pelo setor de Serviços, em 2006.



Regiões  – O número de empregos cresceu nas regiões Sul, com 34.317 novos postos (0,67%), Nordeste, 17.155 postos (0,42%) e Norte, 2.097 postos (0,19%). As regiões Sudeste e Centro-Oeste apontaram decréscimo de -9.644 (-0,06%) empregos e -11.346 (-0.58%).



Os estados que mais se destacaram foram: Rio de Janeiro (19.727 postos ou 0,74%); Rio Grande do Sul (17.322 postos ou 0,92%) e Santa Catarina (14.015 ou 1,03%). Por outro lado, por causa da entressafra no Centro-Sul do país, os estados de São Paulo (-24.004 postos ou -0,26%); Minas Gerais (-7.637 postos ou -0,25%); Mato Grosso (-5.939 ou -1,55%) e Goiás (-3.845 ou -0,53%) registraram declínio no número de trabalhadores celetistas.



Em novembro, também fruto da sazonalidade positiva do final do ano, o conjunto das áreas metropolitanas apresentou crescimento de 0,61%, equivalente à geração de 69.267 empregos. Os destaques positivos ocorreram na grande São Paulo (25.578 postos ou 0,54%) e na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (14.780 postos ou 0,73%).



Em contrapartida, as cidades localizadas no interior suprimiram 49.702 postos de trabalho (-0,48%), comportamento justificado devido aos efeitos da sazonalidade negativa do ciclo agrícola nesses espaços geográficos.



Mais informações: http://estatistica.caged.gov.br/



Fonte: Assessoria de Imprensa do MTE