Dirceu diz que irá a Congresso do PT e romperá silêncio

“Com a decisão do Diretório Nacional do PT de convocar o 3º Congresso Nacional para junho de 2007, considero que devo encerrar meu período de silêncio sobre o partido. Fui cassado pela Câmara dos Deputados, uma violência política que me tirou um mandato d

O ex-ministro-chefe da Casa Civil e ex-deputado federal José Dirceu afirmou nesta segunda-feira que participará do 3º Congresso Nacional do PT, agendado para os dias 6, 7 e 8 de julho de 2007. Em texto publicado em seu blog na internet, Dirceu destacou ainda que romperá o silêncio sobre o partido e que não “abrirá mão” de sua filiação na legenda.


 


“Considero que devo encerrar meu período de silêncio sobre o partido”, disse o ex-ministro, que deixou o governo Luiz Inácio Lula da Silva após ser envolvido, pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB), em denúncias de que seria o chefe do esquema do “mensalão” e, meses depois, teve seu mandato de parlamentar cassado. “Participarei do 3º Congresso Nacional do PT com a disposição de reconhecer meus erros políticos e de contribuir para que o PT se reforme, como sempre o fez, e se prepare para os próximos 20 anos”, destacou.


 


E continuou: “Não vou participar de chapas ou da disputa de cargos, mas da avaliação dos últimos dez anos e do debate sobre futuro do partido, assumindo minha responsabilidade política sobre os 12 anos decisivos em que fui secretário-geral e presidente do PT.”


 


De acordo com Dirceu, a cassação de seu mandato foi uma “violência política” e, se ele quisesse, poderia renunciar e reconquistar a cadeira no Congresso nas eleições de 2006. “Não o fiz porque sou inocente, jamais aceitaria fugir do enfrentamento com a direita e, acima do meu mandato, estava a defesa do PT e do governo”, afirmou. “Essa luta continua. Vou provar minha inocência na Justiça. Quero ser processado e julgado o mais rápido possível.”


 



Anistia


 



O ex-ministro disse também que voltará a combater por seus direitos nas ruas e no Parlamento e que aceita, “com gratidão e honradez”, os pedidos pela sua anistia e o apoio que estaria recebendo de movimentos sociais, dos partidos de esquerda, dos sindicatos, de setores intelectuais e empresariais. “Tenho o direito, que conquistei durante 40 anos de luta política e social, partidária e parlamentar, de continuar contribuindo com a luta do povo brasileiro por sua libertação e soberania”, destacou.


 


“Quero continuar colocando meus conhecimentos à disposição do desenvolvimento nacional. Sou petista e participo do projeto político do partido que reelegeu Lula, com um programa que representa a nossa luta, a luta de várias gerações pela democracia e pelo socialismo”, acrescentou.


 



Momento importante


 



Segundo Dirceu, o programa vitorioso de Lula nas urnas, especialmente no segundo turno, representa a “defesa do governo”, mas também um voto pelo aprofundamento e pela aceleração das mudanças estruturais no País. Ele salientou que o período do 3º Congresso Nacional do PT coincidirá com a formação do segundo governo e as tarefas para a implementação de uma política desenvolvimentista.


 


“Seguramente, exigirá, de todos nós, capacidade de combinar a disputa interna com o apoio ao governo na implantação desse programa”, observou o ex-ministro, ressaltando a necessidade do cumprimento de compromissos assumidos nas eleições anteriores, como fazer o País crescer mais aceleradamente e realizar reformas como a política e a tributária, entre outras promessas.


 


E finalizou: “É com esse espírito que estou disposto a participar, como militante, da vida partidária. Sem, no entanto, deixar a trincheira da luta política pela minha anistia e pela minha absolvição, e sem abandonar a luta social, na defesa do governo Lula e ao lado daqueles que acreditam ser possível transformar o Brasil.”


Fonte: Ag. Estado