Internacional é campeão do mundo

O Internacional de Porto Alegre conquistou o título mundial de clubes ao derrotar o Barcelona, da Espanha, por 1 a 0, neste domingo, em Yokohama, no Japão. O reserva Adriano, que entrou no segundo tempo, marcou o gol da inédita conquista.

O campeão da Copa Libertadores jogou em igualdade de condições com o campeão europeu no primeiro tempo e foi superior em toda a segunda etapa, quando pressionou muito até o gol de Adriano, aos 36 minutos.


 


O resultado coloca o Inter no seleto grupo de times brasileiros campeões do mundo, que já contava com São Paulo, Santos, Corinthians, Flamengo e Grêmio, além de ratificar a superioridade sul-americana nas competições disputadas desde 1960 (25 a 21).


 


O jogo começou equilibrado, com o Barcelona respeitando o Inter e criando poucas oportunidades reais de gol. Prova disso é que foi o Colorado quem primeiro chegou perto de balançar as redes, primeiro com Wellington Monteiro, em chute de longa distância, e depois com Alexandre Pato, completando de cabeça um cruzamento de Iarley.


 


Com o passar do tempo, no entanto, a equipe espanhola começou a tocar a bola e achar espaços na zaga gaúcha. Dos 15 aos 22 minutos, o Barça criou três oportunidades para abrir o placar. Na primeira delas, Gudjohnsen, bem colocado, bateu de primeira depois de cruzamento de Zambrotta, mas errou completamente o alvo.


 


Na seqüência, Iniesta iniciou a jogada e tocou para Deco. O luso-brasileiro abriu as pernas e deixou a bola chegar para Van Bronckhorst, que chegou batendo. Clemer fez linda defesa e, no rebote, evitou novamente o gol em chute forte de Ronaldinho Gaúcho.


 


A partir desse momento, o Inter passou a apostar somente nos contra-ataques e chegou perto do gol de Valdés somente quando o zagueiro Índio resolveu se aventurar na frente e, ao receber passe de Edinho, arriscou o chute, com perigo.


 


Melhor em campo, o Barça criou pelo menos mais duas oportunidades para marcar, mas pecou na falta de pontaria de Gudjohnsen e parou nas mãos de Clemer, que fez bela defesa em cobrança de falta de Ronaldinho Gaúcho.


 


O empate sem abertura de contagem acabou ficando de bom tamanho para o Inter, que criou menos e não conseguiu impedir o bom toque de bola do time catalão.


 


Na etapa final, o técnico do Inter fez o que era esperado e mandou Vargas, o ex-jogador do Boca, à campo. O Barça também mudou e colocou Belletti, herói do título da Liga dos Campeões da Europa na partida contra o Arsenal, no lugar de Zambrotta.


 


Assim como nos 45 minutos iniciais, o duelo começou equilibrado e com poucas emoções. O primeiro chute a gol foi do Inter, com Pato tentando surpreender Valdés da intermediária, mas errando no cálculo.


 


Insatisfeito com seu time, Rijkaard não esperou chegar os 15 minutos do segundo tempo para mexer de novo no time. Aos 13, aproveitou que Thiago Motta estava pendurado com cartão amarelo e sacou o brasileiro para a entrada de Xavi, mesma troca que fez na goleada sobre o América.


 


A resposta de Abel Braga não demorou. Momentos depois, o treinador repetiu a alteração que deu certo na vitória sobre o Ahly e trocou Alexandre Pato, cansado, para a entrada de Luiz Adriano, herói da classificação gaúcha para a final do Mundial.


 


As mudanças não alteraram em quase nada o panorama da partida. Luiz Adriano deu mais velocidade ao ataque gaúcho, mas continuou sofrendo com a marcação da zaga espanhola, bem posicionada. O Barça também não encontrou os mesmos espaços do primeiro tempo e continuou arriscando o resultado do jogo, abrindo espaços para um contra-ataque do time brasileiro.


 


Estudado, o jogo seguiu equilibrado até os 27 minutos, quando Xavi começou a fazer o que Rijkaard queria. Caindo pela direita, o espanhol criou três excelentes chances para dar a vitória ao Barça. Na melhor delas, invadiu a área e chutou forte, cruzado e rasteiro, mas Clemer fez outra espantosa defesa para evitar o gol.


 


Sem Fernandão, que foi obrigado a deixar o campo contundido, passou a brilhar a estrela de Abel Braga. O treinador colocou em campo o controvertido Adriano Gabiru, e entrou para a história como o mais novo campeão mundial. Com apenas seis minutos em campo, o meio-campista aproveitou belo lançamento de Iarley e tocou para o fundo da meta de Valdés, garantindo ao Colorado o lugar mais alto do pódio no Mundial de Clubes da Fifa.


 


Em desvantagem, o Barcelona partiu para o desespero e poderia ter chegado ao empate logo na seqüência, com uma bomba de Deco da intermediária. Para azar do luso-brasileiro, no gol estava o experiente Clemer, que, aos 37 anos, saltou para evitar o gol e confirmar: o Colorado é o melhor time do mundo aos seus 96 anos de existência.


 



Torcedores colorados fazem a festa em Porto Alegre: título inédito


 


O título do Internacional é o terceiro consecutivo do Brasil no Campeonato Mundial de Clubes da Fifa, que desta vez conta com a participação de seis campeões continentais. O título brasileiro desbanca a impáfia dos times europeus, adulados pela mídia como ''gigantes'', ''melhores do mundo'', ''galáticos'' e outros adjetivos mais bajuladores que a mídia utiliza para tais equipes.


 


Em 2000, no Rio de Janeiro, o Corinthians derrotou o Vasco da Gama nos pênaltis, por 4 a 3, e tornou-se o primeiro campeão mundial de um torneio promovido pela Fifa. O São Paulo venceu o Liverpool, também por 1 x 0, na final do ano passado, em um torneio remodelado, com menos equipes.