Governo dos EUA multa Oliver Stone por ter filmado em Cuba

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC)  impôs nesta semana uma multa ao célebre cineasta Oliver Stone por ter violado as leis do que lá denominam eufemisticamente “embargo” e que não é outra coisa que um brutal, incivilizado e sist

Nas praças medievais costumava-se publicar tais coisas à maneira de escarmento. A moderna Inquisição retoma essa antiga prática: a mensagem, com certeza, vai dirigida a todo aquele que, fazendo valer seu direito à liberdade de criação e expressão, deseje refletir objetivamente a realidade da Ilha, embora seja um indivíduo como Oliver Stone, o qual ninguém pode qualificar de antiamericano, depois de ter assistido, igual do que centenas de espectadores no 28º Festival do Novo Cinema Latino-americano, seu filme World Trade Center, sobre o atroz atentado terrorista contra as Torres Gêmeas.


 


São conhecidos os esforços de Stone para realizar seus filmes sobre Fidel.


 


O primeiro, intitulado Comandante e encarregado pela HBO, não foi exibido no tempo previsto por causa das pressões do lobby anticubano de Miami e seus patrocinadores da direita estadunidense.


 


Stone teve que aceitar as exigências de filmar novamente para incluir  entrevistas com alguns mempregados do Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Havana, cuja capacidade histriônica para demonizar a Revolução cubana foi anulada na nova produção Looking for Fidel.


 


É possível que os funcionários do OFAC fizessem apontamentos dos depoimentos de Stone durante a apresentação de Looking for Fidel no Festival de Cinema de São Sebastião, na Espanha, onde ele disse: “Castro é um grande anfitrião. Ele fita na gente.Tenho a impressão de que gostou de mim, e adorei isso. (…) Pude fazer todas as perguntas sobre os conflitos internos do país, o futuro pós-Castro da Ilha e a pressão internacional a qual Cuba é submetida, sobretudo pelo governo dos Estados Unidos e seu presidente George W. Bush. (… ) Castro é um dos homens mais sábios. É um sobrevivente e um Quixote. Admiro sua Revolução, sua fé em si próprio e sua honestidade.”


 


Para as atuais autoridades norte-americanas, uma opinião tão livre e sem preconceitos como essa, tem preço. De modo que tentaram fazer qualquer artimanha, apesar de os produtores de Stone cumprirem as licenças, para punir assim aqueles que pensem com sua própria cabeça.


 


Não importa que seja óbvio o que é já sabido: vitimar o próprio povo norte-americano, impedido de viajar livremente à Ilha por parte daqueles que  aplicam o criminoso bloqueio contra Cuba.


 


Fonte: Granma