Morre o compositor Sivuca, “o gênio albino da música”
O compositor brasileiro Sivuca morreu nesta quinta-feira (14/12), vítima de câncer de laringe. O músico tinha 76 anos e estava internado em um hospital de João Pessoa (PB) desde terça-feira, devido às complicações decorrentes do câncer de laringe, co
Publicado 15/12/2006 16:08
Sivuca foi um grande representante da MPB e compôs sucessos como Feira de Mangaio, Adeus, Maria Fulô e Reunião de Tristeza. Desde criança, dedicava-se à música – sua condição de albino o impedia de trabalhar no campo.
Sua qualidade musical – que pôde ser comprovada em palcos por todo o mundo – começou a ser cultivada na infância, quando sua condição de albino não o deixava trabalhar com a família.
Sivuca compôs junto com Chico Buarque a música João e Maria, um dos grandes clássicos da MPB. O compositor começou tocando flauta e depois aprendeu sanfona, se tornando um dos maiores intérpretes do instrumento no Brasil.
A marca do Recife
Severino Dias de Oliveira, o Sivuca, nasceu em 26 de maio de 1930, filho de uma família de agricultores em Itabaiana, pequeno município da Paraíba. O músico começou a carreira aos 9 anos, quando passou a se apresentar com diferentes grupos em festas de família e casamentos.
Aos 15, mudou-se para Recife. Após ter se destacado em um concurso de caça-talentos com suas primeiras músicas, foi contratado por uma rádio recifense para produzir e promover programas. Na capital pernambucana, recebeu suas primeiras noções de teoria musical graças à ajuda do tocador de clarinete Lourival de Oliveira, músico da orquestra sinfônica local.
Na década de 50, trabalhou em diversos programas de rádio e televisão no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1958, viajou para a Europa na companhia de Abel Ferreira e do Trio Iraquitã. Acabou estabelecendo-se na França por quatro anos e nos Estados Unidos, onde atuou como violonista e compositor de um conjunto liderado pela cantora Miriam Makeba.
Turnês
Com o conjunto de Makeba tocou em várias cidades dos Estados Unidos, além de ter feito turnês pela Europa, África e Ásia. Durante os 12 anos em que morou nos Estados Unidos, acompanhou vários músicos e especializou-se em violão.
Já com fama consolidada no exterior, voltou ao Brasil em 1975, onde se consagrou com o disco Sivuca e Rosinha de Valença. Sivuca – que gravou seu primeiro disco aos 20 anos – era casado com a também compositora Glória Gadelha.