Irã quer coerência da ONU com relação a armas nucleares de Israel

Teerã pediu nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que atue contra Israel após o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, dar a entender em uma entrevista que seu país tem armamento nuclear.

“A confissão oficial do primeiro-ministro sionista mostra claramente a ameaça militar contra os países islâmicos”, declarou o porta-voz do ministério iraniano de Relações Exteriores, Mohamed Ali Hoseini, citado pela agência de notícias IRNA.


 


Em entrevista a uma TV alemã na segunda-feira, Olmert rompeu o silêncio governamental israelense sobre o programa militar nuclear, ao citar seu país entre as potências com este tipo de armamento, o que gerou numerosas críticas em seu país, apesar dos posteriores desmentidos de seu porta-voz.


 


Desde a década de 1980 numerosas evidências de que Israel dispõe de armas nucleares foram apontadas por serviços secretos de vários países, inclusive de aliados como Reino Unido e EUA, mas as autoridades israelenses jamais assumiram sua existência.


 


Dissidente raptado


 


O físico nuclear dissidente Mordechai Vanunu denunciou na época que Israel possuía um programa de fabricação de armas nucleares.


 


Vanunu foi raptado em 30 de setembro de 1986, pelo serviço secreto israelense, julgado irregularmente a 18 anos de cadeia e mantido durante mais de 11 anos em regime de solitária, isolado numa cela minúscula.


Em 21 de abril de 2004 foi finalmente libertado, sob restrições severas, como não poder entrar numa embaixada, dar entrevistas, encontrar-se com estrangeiros ou sair do país.


Estratégia de terror


“Esta confissão mostra onde está a verdadeira ameaça para a segurança e a estabilidade do Oriente Médio e mostra os planos diabólicos desse regime para aplicar suas ameaças, sua estratégia de terror e continuar a ocupação”, acrescentou Hoseini.


O porta-voz considerou “absolutamente necessário aprovar soluções rápidas e eficazes no Conselho de Segurança da ONU, na Organização da Conferência Islâmica e outras organizações regionais para combater as ameaças muito claras”.


A Liga Árabe julgou necessário nesta quarta-feira “pressionar Israel através da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para que abra suas instalações nucleares de forma transparente”.