Governo quer fazer Plano Plurianual pensando os próximos 20 anos

O governo federal iniciou os estudos para elaboração de uma agenda de ações para os próximos quatro anos, o Plano Plano Plurianual (PPA) 2008-2011. O novo PPA traz uma mudança em relação ao PPA 2004-2007, ao colocar em discussão as estratégias de desenvol

“O plano é para orientar a decisão de curto prazo que impacta o futuro. Essa é uma das inovações”, diz o secretário de Planejamento de Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Ariel Garcia Pares.


 


Uma dessas prioridades de longo prazo é a integração física do continente, afirma Ariel. Nesse sentido, se fortalece a Integração da Infra-Estrutura Regional da América do Sul (IIRSA), programa que envolve 12 países e prevê a execução de 31 projetos prioritários até 2010, com custo total de U$ 6,2 bilhões.


 


“É uma visão de integração física das estruturas, cujo objetivo não é a integração apenas comercial, mas a integração produtiva, onde os empregos é que são exportados, e não apenas os produtos. Para isso, logística de transportes e energia são elementos importantes”, avalia Ariel Pares.


 


O pacote de projetos inclui, no Brasil, obras em andamento como a duplicação BR-101 Sul entre Palhoça (SC) e Osório (RS) (a rodovia integra o Corredor Mercosul, que interligará Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai) e a rodovia Interoceânica, que ligará o Brasil aos portos peruanos de Ilo, Maratani e San Juan, no Oceano Pacífico (a conexão entre os dois países será feita pela ponte sobre o Rio Acre, inaugurada em janeiro deste ano). Também integra a IIRSA o Ferroanel Norte de São Paulo, ainda não iniciado.


 


A integração entre as diferentes regiões do país também é prioridade no plano de longo prazo para o Brasil. “É preciso compor uma série de projetos de infra-estrutura social e econômica que integrem o país”, sintetiza o secretário.  Como exemplo, menciona a integração das linhas de transmissão de energia das regiões norte e sul do país. “Temos que tirar partido de nosso regime hídrico, por exemplo. Há quem diga que a simples integração perfeita entre linhas de transmissão norte e sul nos permitirá um ganho potencial de 20% na nossa matriz”, cita.


 


Outro exemplo é a importância da integração logística dentro do país e com os países vizinhos. “Que destino tem o Rio Grande do Sul, um estado meridional? Se ele não tiver logística para poder se articular com o conjunto do país e da América do Sul, fica insulado, mesmo que rico, e com um futuro provavelmente incerto. Quando concebemos o Rio Grande do Sul integrado na IIRSA ele deixa de ser um estado meridional para ser um estado central”, avalia.